Hoje os treinos
foram de Ciclismo e Corrida
Último dia de treinos...
A prova é amanhã e não tem mais o que fazer... Hoje os exercícios seguiram a
mesma linha de sexta e quinta, treinos leves para não perder o condicionamento
físico mas sem muita intensidade e só movimentar o esqueleto / músculos.
Treino de Ciclismo
Combinei com a Rafa e Nelsinho de acordar cedo para pedalar e correr um pouco. O acordar cedo tem duas características principais: a primeira é para avisar o corpo que no dia seguinte ele iria acordar próximo aquele horário e a segunda é ficar cansado mais cedo para poder dormir no início da noite.
O café da manhã já estava bem reforçado, com suco de uva integral, bisnaguinhas com mel e geleia, água de coco, Forten, peito de peru e queijo. Foi basicamente o mesmo café da manhã que tomei desde quarta feia e o mesmo que tomarei amanhã.
Visando dar a última conferida na bike, o Nelsinho agitou um giro rápido nas redondezas da Av. Búzios. Como a bike dele só ficou pronta ontem (sexta), hoje era o dia de verificar se a montagem estava OK, marchas e freios funcionando, colocação dos suplementos e assessórios estava de acordo com o planejado e tudo estaria pronto para o bike check-in.
Nem sei se dá para chamar o que fizemos de treino de ciclismo, porque andamos cerca de 10 quilômetros (deve ter dado três ou quatro voltas na avenida Búzios). O que eu fiz foi tiros rápidos de 200 metros, mudanças de marcha, freadas bruscas, pedaladas em pé na bike, tudo simulando situações de prova. A bike estava perfeita, escutar o vento batendo na roda ZIPP e as mudanças de marcha é quase uma sinfonia :-)
Rapidinho terminamos a aprovação das bicicletas e voltamos para casa.
Treino de Corrida
De volta a casa e com os três
conversando na cozinha, o Sérgio e a Tati levantaram possivelmente com nosso barulho, a Mandi também se juntou
a nós e o Leandro (técnico deste pessoal todo) também veio tomar café. A Thainá
que treina na Medley se juntou a nós (também está em outra casa). A casa que estava um silêncio só
virou uma bagunça :-)
Com o pessoal junto,
resolvemos esperar todos se arrumarem e saímos para o último treino de corrida, mas o treino que era para começar cedo atrasou bastante, mas foi mais divertido pelo número de pessoas que foram juntas. Saímos com o Leandro que iria definir as atividades do dia.
O Leandro passou
um treino para a Thainá / Sérgio e outro para mim, Rafa e Nelsinho. Mas
o aquecimento foi exatamente o mesmo, trotamos na avenida Búzios por alguns
minutos, paramos no mesmo ponto de referência de ontem para fazer os tiros de 30
segundos em ZE (A3).
Ele tem muita experiência, este tiro de pequena duração não
deixa nenhum tipo de fadiga muscular, tanto que fizemos ontem e hoje o mesmo treino e as
pernas ficaram inteiras. A única
diferença é que ontem foram 8 tiros e hoje foram apenas 6.
Antes ainda do início
do treino, durante o aquecimento na Av. Búzios, estava correndo com o pessoal e vi passando de bike o Caio
Magano, da Run & Fun, meu amigo de longas e longas horas de treino. Vi ele do outro lado da rua, chamei ele e me
acompanhou de bike durante meu aquecimento. Ele estava esperando a Expo abrir
para poder retirar o Kit, porque havia chegado no dia anterior, mas fez um
passeio com a família e não teve tempo de retirar até aquele momento. Muito sangue frio o dele.
Depois de um
pouco de conversa com ele, o Fábio Valeriano (que andou de bike e nadou comigo e
com a Rafa) apareceu de bike também. Apresentei ele ao Caio e falei para eles
pedalarem juntos. Mas como o Caio estava esperando a Expo e o Fábio queria
girar, acho que eles foram cada um para seu canto.
Começamos os
tiros de 30 segundos por 60 segundos de descanso bem animados, com brincadeiras
e jogando conversa fora toda parada. O Sérgio me surpreendeu, ele sempre fez os
tiros junto com o Leandro, mostrando que está bem em forma. A Thainá eu sabia
que era forte, então não me causou espanto vê-la correndo bem.
Ao terminar os
nossos tiros o Leandro, Thainá e Sergio continuaram nesta sequência de
estímulos de força e eu, Rafa e Nelsinho fomos terminar fazendo um trote de 10
minutos muito leve.
A Mandi e a Tati
foram fazer o treino de caminhada... Bem mais divertido do que o nosso :-)
Por falar em
diversão, vale um parênteses. O pessoal da Medley é muito unido e muito amigo.
Durante os treinos rola muita brincadeira e conversa. Tá certo que o treino de
30 segundos de estímulo de força com 1 minuto de descanso da margem a conversa,
porque não cansamos o suficiente para perder o fôlego nos 30 segundos e dá para
recuperar muito nos 60 segundos de descanso.
Outra
constatação, como a Rafa e o Nelsinho admiram o treinador deles. Os outros
atletas também, mas estes dois que estavam comigo só falavam coisas ótimas do técnico,
do apoio incondicional à loucaura de se fazer um Ironman, dos treinos
individualizados e tudo mais.
Além disso, o
Leandro é um excelente atleta. Acabou de voltar de uma prova em Araras (se não
me engano) como campeão geral da prova. Fora as ótimas colocações como primeiro
na categoria ou pódio entre os profissionais que ele sempre pega.
Enfim, estava
com eles e fiz o mesmo treino, visando apenas não ficar parado e morrer de
aflição esperando a prova.
Fizemos mais 10
minutos de trote leve e terminamos o treino. Voltamos para casa bem rápido, nem
deu para suar a camisa neste dia... Fazia até um friozinho gostoso, com sol,
mas nada de muito forte.
Arrumação das
Sacolas
O bike check-in
é um ritual muito legal... Neste processo deixamos todas as nossas tralhas e a
bike já nos locais da prova e só temos acesso novamente no dia seguinte. Vou
falar um pouco mais do bike check-in um pouco mais tarde, mas é neste momento
que entregamos as sacolas de prova e era hora de arrumar tudo.
A prova nos
oferece 5 sacolas:
- Uma amarela
aonde armazenamos todo o material de ciclismo
- Uma azul para
os materiais de corrida
- Uma verde para
o “special needs” de ciclismo
- Uma vermelha
para o “special needs” de corrida
- Uma branca,
para os materiais do dia da largada
Explicação
rápida.
A Sacola Branca:
No dia da prova vamos para a área de transição com a sacola branca com
tudo mais que não foi entregue no bike check-in. Nesta sacola branca estão
produtos perecíveis (alimentos), água, suplementos, toca de natação, chip, roupa de
borracha, e tudo mais que não precisa ficar na bike ou nas sacolas de
transição.
Na largada
usamos os itens que estão na sacola branca ou deixamos ela nos cabides, porque
ela não tem mais utilidade depois da largada.
A Sacola Amarela:
Ao sair da água,
tiramos a roupa de neoprene, óculos e touca e pegamos a sacola amarela com a
sapatilha (esta pode ficar na bike), capacete, número de peito, óculos, luvas,
GPS e alimentação / suplementação que precisamos para todo o pedal. Os objetos
da natação vão para a sacola amarela e esta volta para o cabide.
A Sacola Verde:
Durante o
ciclismo existe uma área chamada “special needs” aonde estão as sacolas verdes,
que deixamos com materiais que podem ser utilizados durante o ciclismo. O
pessoal costuma deixar um pneu ou câmera reserva, mais alimentos e suplementos,
roupa reserva, remédios para tirar dores ou qualquer coisa que eventualmente se
possa usar. A ideia principal é que esta sacola verde (e a vermelha da corrida)
não seja usada, e só iremos entrar na área do “special needs” em caso de
emergências.
A Sacola Azul:
Ao retornar do
trajeto de ciclismo, pegamos a sacola azul de corrida e tiramos tudo que é
necessário para obviamente correr, normalmente um tênis, número de peito (tem dois, pode ser usado o
mesmo do ciclismo ou outro para a corrida), viseira, óculos, suplementos, etc.
e colocamos os materiais da bike nesta sacola.
A Sacola Vermelha:
Assim como na
bike, existe uma área de “special needs” na corrida aonde podemos acessar a
sacola vermelha e pegar objetos durante a corrida. Normalmente se deixa uma
blusa de frio, outro par de tênis, remédios para dor, mais suplementação /
alimentação e coisas assim. O objetivo também não é usar nada de lá, mas...
Para preparar
minhas sacolas, utilizei estes dois sites para me orientar na onde e o que
colocar nas 5 sacolas coloridas. E fiz um double check depois de feito tudo, e
a sensação é que sempre está faltando algo.
A Mandi me
ajudou muito neste processo, ela estava lendo as planilhas de check list e eu
ia colocando nas sacolas. Uma dica, caso vá colocar um item depois nas sacolas, anote
esta pendência e em que lugar vai coloca-la, porque eu lembrava que precisava
levar um garrafa de água, um gel de carboidrato e umas paçoquinhas e no dia da
prova eu não sabia em que sacola eu tinha que colocar estes itens pendentes.
Enfim, depois de
montar as sacolas e fazer a revisão estava pronto para ir fazer o bike
check-in.
Antes fomos
ajudar o Nelsinho com as sacolas dele. O Nelsinho é muito mais tranquilo do que
eu, porque o check in dele era 1 hora antes do meu e ele nem havia começado a
preparar as sacolas. Doido :-)
Almoçamos (eu,
Mandi, Sérgio, Tati e Nelsinho) próximo a casa, mas tivemos que comer rápido
para ir para o bike check-in.
Bike Check-In
Como comentei, o
bike check-in é um evento em destaque no dia que antecede a prova. É basicamente a entrega de tudo que você vai
usar no domingo e é cercado de um ritual formal de conferência de dados,
segurança (porque a partir daquele momento a responsabilidade de tudo é da
organização) e nervosismo, já que mostra que a prova está chegando.
Não é
definitivamente o último momento de levar coisas para a prova, pois no domingo
de manhã (entre as 4:30 as 6:00 se não me engano) temos acesso a área de
transição. Reforço que é na área de transição porque largamos há uns 1.100
metros de distância da transição e só voltamos lá após a natação.
O primeiro passo
do bike check-in é passar por uma triagem eletrônica aonde identificam que é
realmente o momento de deixar as coisas lá. Cada faixa etária tem seu horário e
é respeitado a risca. Não sei bem o que acontece se você perde o horário, se
eles deixam você fazer mais tarde ou “danou-se”, mas não sou eu quem vai
descobrir este tipo de imprevisto, porque eu gosto de ser pontual e até
antecipado nos horários.
E foi o que
aconteceu, cheguei mais cedo na fila e na triagem fui identificado que estava
15 minutos adiantado. Fiquei numa fila paralela com outros apressadinhos como
eu e pontualmente as 14:00 horas nos liberaram para entrar.
O primeiro
processo é localizar o local aonde a bike vai ficar. É importante marcar um
ponto de referência, uma árvore próxima, uma propaganda, um poste, um detalhe
no chão, porque na transição 1 (T1) estamos tão afobados que se for para ler as
placas e encontrar a bike existe a possibilidade de gastar muito tempo.
A bike ficou coberta com uma capa que um patrocinador deu, mas é sempre bom saber se vai ter
este brinde e levar a nossa própria para não deixar a bike no relento. É
aconselhado a não deixar nenhum pertence na bike, como GPS, bomba, sapatilhas,
etc. neste dia.
Aproveitei para acertar minha relação de marcha (coloquei no
volantinho / coroa pequena e uma catraca média) conferi os pneus e fui para a
próxima etapa.
Para deixar a
sacola passamos por uma nova triagem eletrônica que registra nossa entrada na
área de cabides.
Mas, antes da
entrada vale a pena uma história. Na minha frente estava uma senhora bem
velinha, mas muito bem fisicamente. Na frente dela estava um argentino marrento
(pleonasmo, me desculpe) e queria conversar com ela. Só que ela era do Canadá e
o inglês do argentino era do Paraguai. Então, aos trancos e barrancos, ele foi puxando
conversa com ela. Ele perguntou se era a primeira vez que a senhora iria fazer
o Ironman. Ela sorriu e disse que seria vigésima vez. Parênteses, para o argentino
entender 20 em inglês foi preciso mostrar nos dedos. Todos na fila ficaram surpresos
com o número de Ironmans daquela senhora.
O argentino super educado perguntou a
idade da mulher sem ao menos pedir desculpas pela indelicadeza. Ela respondeu
que tinha sessenta e nove (mais alguns minutos até o Hermano entender o número)
e mais uma vez espanto de todos.
Ai, o argentino
começou a falar de si (novidade, né?) dizendo que era o primeiro dele, que estava nervoso, que não sabia o que ia fazer, bla bla bla, e ele viu um outro cara na sua frente escutando a conversa. O Argentino
perguntou para o cara se ele já tinha feito algum, e o rapaz sorriu e disse que
aquele era o terceiro do ano dele. O argentino se assustou, como uma pessoa
teria feito 3 Ironmans no ano? Curioso ele perguntou quantos este rapaz já
tinha feito e não me lembro bem o número que ele respondeu.
Depois da
resposta o rapaz teve que dizer seu número para o fiscal da organização. Ele disse
que era o número 3 da prova, nada mais nada menos que o Timothy O'donnell.
Ai todos entendemos quem era o cara que o argentino queria jogar trocar uma
ideia na fila :-)
Passado pela
esta nova triagem, eles nos davam o chip da prova (tornozeleira que informa
eletronicamente nossa passagem pelos check-points durante o trajeto) e chegamos
aos “cabides” de sacolas. A esquerda ficava as sacolas de bike (amarelas) e a
direita ficava as de corrida (azuis). Para mim ficou muito fácil lembrar qual
fileira estava minhas sacolas, porque coincidiu de estar na fileira D.
Deixei as duas,
re-conferi meu número e era hora da parte mais legal do bike check-in.
Em um lugar com
uma grande fila de cadeiras que culminava em um local de 6 ou 7 pequenos
tablados de madeira, era hora de fazer a tatuagem dos números de prova. É o
momento de mais glamour da prova, pelo menos para mim.
A fila de
cadeiras servia para sentarmos porque o processo é um pouco demorado. Ao chegar
no final da fila dizemos nosso número e ganhamos 2 adesivos auto-coláveis e
aguardamos um tablado (de mais ou menos 1 metro quadrado) aonde duas pessoas da
organização fazem a colocação da tatuagem do número da prova em você. Eles
pedem para que nossos braços estejam livres (ou sem camisa ou com a manga da
camisa levantada), molham a tatuagem com esponja de água e aplicam no braço.
Durante uns 30 ou 40 segundos eles seguram a tatuagem na pele e lentamente
retiram o papel protetor. Vuoalà, a tatuagem fica presa e claro tem um
fotógrafo para registar este momento.
Li em algum blog qualquer isso, e concordo totalmente. Ao sairmos de lá com a tatuagem nos braços nos
sentimos super homens, quase um Iornman. Ninguém coloca a camiseta por cima da novas tatuagens, eu
sai com as mangas recolhidas e a grande maioria das pessoas vai até o M-Dot
tirar uma foto, agora tatuado...
Acabou o bike
check-in.
Eu ainda fiquei
no local por alguns minutos com a Mandi e encontrei os meus amigos Juliano,
Carmen e Chaves que acabavam de chegar na Expo. Combinei com eles de encontrar
todos no final do dia para um jantar, me despedi e fui embora.
O final do dia
Voltei para casa e ficar deitado na cama, de pernas para cima,
descansando. Eu estava muito, mas muito, mas muito mesmo nervoso. Será que
tinha esquecido algo? Será que o tempo iria estar bom amanhã? O que fazer na
maldita bike e em que velocidade iria seguir? (sim, um dia antes da prova não
sabia que velocidade imprimir na bike, que poderia me quebrar a maratona inteira
depois da transição 2). Enfim, a Mandi estava comigo mais quase não
conversamos, fiquei quietinho com as pernas para cima apoiado em travesseiros.
Lá pelas 18:00
horas fui jantar com meus pais, irmã, cunhado e amigos num restaurante próximo
da casa. Até todos se organizarem, encontrarem e começarem a chegar demorou
muito. Eu pedi licença a todos e comecei a jantar próximo as 19:30 horas, e lá
penas 20:00 tive que me retirar do encontro que eu promovi. Fiquei até bem
chateado, eles estavam lá para me ver e eu não podia ficar com eles :-(
Voltei com a
Mandi para a casa e ainda tinha uma “obrigação” a fazer. Li em diversos locais falando sobre o ganho
de tempo para ciclistas que depilam as pernas e braços em provas contra o
relógio. Pense: Vai me dar 2 ou 3
minutos de vantagem? Passa pra cá este gilete. Eu tenho muitos pelos nas pernas
e braços, e gastei pelo menos uns 40 minutos para me livrar deles.
Depois disso um
pouco mais de suplementos e hidratação e fui dormir muito mais tarde do que
planejava, próximo as 21:30 horas.
Hora de dormir...
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