terça-feira, 14 de outubro de 2014

A Minha Primiera Maratona - Maratona de Chicago de 2014

Pense numa pessoa feliz. Depois imagina uma pessoa mais feliz ainda.... Sim, esta pessoa sou eu... 

Vou começar este post pelo fim... Normalmente uso a ordem cronológica para relatar minhas provas e treinos, mas hoje vou começar pelos agradecimentos. Tenho inúmeras pessoas a agradecer, mas duas em grande destaque (além de claro, meus pais que sempre me apoiaram todo o tempo - Obrigado Seu Mauriel e Dona Heliet). Ah, sempre agradecer a Mandi por todo carinho, companheirismo e apoio nestes últimos meses. 

Em especial, o meu primeiro agradecimento é ao Waldemar Hamburgo, que conheci nos treinos da Run & Fun e em muito pouco tempo se tornou um grande amigo, companheiro de treinos, incentivador (ele acreditava muito mais em mim do que eu mesmo), foi meu técnico (me ensinou muito a correr), é um exemplo de atleta e pessoa e que topou imediatamente participar junto comigo da jornada rumo a Maratona de Chicago quando eu o convidei. Foi este camarada que me deu a melhor dica de todas que recebi para a prova: "Escute seu corpo e encontre sua velocidade na prova". Explico isso mais a frente. 

Em segundo, um agradecimento ao Luiz Vergueiro, outro amigo que conheci nos treinos de Triathlon da Run & Fun e posteriormente viramos companheiros de treinos de corrida que me deu uma outra dica excelente: "Vai para a maratona e DIVIRTA-SE". Durante todo o período de treino eu achei que ele estava me zuando. Como poderia ser legal correr tanto assim? Nas provas de 10k e no Triathlon não dá tempo de pensar em se divertir.... Mas correr os 42.195 metros da maratona foi absolutamente divertido. 

Obrigado aos treinadores da Run & Fun por todas as orientações e apoio, e reconheço que fui um aluno desobediente e não segui as orientações como devia. Coloquei em risco a minha prova, minha integridade e saúde. Mas valeu a pena.... 

Não devo só agradecer aos treinadores atuais de corrida (Marcus Vinícius, Camila, André, Fernando, Ricardo) que me ajudaram de alguma forma nesta incrível maratona, mas ao Marcus Tadeu e a Renatinha que me ensinaram, corrigiram, puxaram minha orelha (várias vezes) e me mostraram o caminho da corrida na época que eu odiava correr. 

Vamos ao relato.... 

A noite anterior

Como relatei aqui, a sexta feira (dia 10 de Outubro) foi puxada com a viagem e toda a logística para chegar no hotel, retirar o kit de inscrição da prova e passear um pouco. A noite de sono foi excelente, estava morto de cansaço e apaguei.

No sábado fiz a primeira de várias besteiras da prova. Fui para um outlet (Aurora Premium Outlet) em Chicago fazer compras... Porque é besteira? Porque outlet é longe, cerca de 50 minutos de ônibus (para ir e para voltar) e além de não ficar descansando, fiquei batendo perna e carregando malas o dia todo. Era para ter descansado, dar um tempo para as pernas e articulações, armazenar glicogênio e ficar de bobeira, mas o consumismo não me permitiu. 

Eu e o Waldemar voltamos para o hotel lá pelas 17:00 horas, um pouco cansados, fomos para um restaurante próximo e pedimos massa. Todo atleta come muita massa antes das provas, e não é tradição, é recomendação nutricional. Não estava tão gostosa, tinha até um pouco mais de pimenta do que eu gosto, mas foi excelente para recarregar o carboidrato e guardar energia (glicogêneo) para a prova.


Comi dois deste prato (fomeeeeeee), e torci para que a comida não me fizesse mal a noite e no dia seguinte. Ah, no almoço teve massa também, bem piorzinha do que esta, um penny ao queijo com molho vermelho. 

Arrumamos todas as coisas para a prova do dia seguinte, e acredite, é muito mais complexo do que separar um short e camiseta. Precisamos separar a roupa de frio que será descartada na largada, o gel no cinto, o frequencímetro (acreditam que esqueci o meu em Sampa?), relógio, marcadores de pace, tênis, meia, etc. 



Dormir é que não foi fácil... Nossa, quanta ansiedade.... Dormi super mal, mexi de um lado para outro, rápidas cochiladas e sono ruim.... Não foi uma noite boa... O que eu ficava pensando? Qual velocidade deveria fazer a prova? O que fazer se der uma cãibra? Como controlar o ritmo e não ficar tão cansado? Será que o gel vai dar? E se fizer muito frio? 

Nossa... como é difícil controlar a ansiedade...  Esta foi a segunda grande coisa errada que fiz... 

Antes da Prova

Acordei eram 5:10 da manhã de Chicago, equivalente a 7:10 da manhã do Brasil. Fazia frio, próximo a 5 ou 6 graus e ventava bastante. Como dormi mal, senti uma coisa ruim, algo como indício que minha prova não seria boa. 

O Waldemar iria largar as 7:30 e por isso deveríamos ir mais cedo para encontrar o pessoal da Run & Fun e depois ir para a largada. 

Tomamos um café da manhã relativamente gostoso (eu comi waffle com mel, muffin, frutas e suco), passamos no quarto para pegar todo o material e fomos para o hotel Hylton  da Av. Michigan encontrar os outros 12 atletas da Run & Fun (estávamos em 14 no total e 1 treinador - Marcus Vinícius). 

Consegui passar no banheiro... Ufa, isso era uma grande preocupação, vai que dá vontade de ir durante a prova? Ainda bem que deu certo de ir no hotel e não perder tempo na prova.

Fiquei um pouco chateado porque a porcaria do marcador de pace da Nike - informando qual a distância em milhas deveria ter percorrido em um determinado tempo para meu objetivo de prova (3 horas e 20 minutos era meu objetivo até então) - não grudou no me braço, talvez por causa dos meus pêlos ou porque não soube colocar mesmo, como mostra esta foto abaixo de um amigo meu.

Então, joguei meu fora e fui sem esta "tatuagem" no braço.


Este marcador mostra em cada milha qual o tempo de prova deveríamos estar passando, e assim controlamos a velocidade de nossa corrida. Bem legal, mesmo porque ele é em milha e as placas da prova são neste sistema de medição. Havia também placas com quilômetros, mas não era tão visível como a de milhas.

Não fiquei tão preocupado porque iria correr com várias pessoas que tinham o mesmo objetivo de 3 horas e 20 minutos na prova, então, mesmo sem o marcador, poderia seguir o pessoal e acompanhar a velocidade. O relógio Garmin não era confiável porque a prova passava por túneis e nestes lugares o GPS não pega, então poderíamos perder o controle da cadência / velocidade.

Finalmente saímos em direção nossa jornada.

Nas ruas, muita movimentação da prova, de atletas e de policiais. Ventava muito (e Chicago venta sempre) e o frio apertou, mas ainda estava sob controle. 

Erramos o caminho mas chegamos no local marcado exatamente no horário combinado (6:30) e o pessoal estava lá esperando. A avenida Michigan, praça Grand Park (local da largada), ruas ao redor do centro, até mesmo o hotel Hylton, tudo estava lotado de atletas e de pessoas de apoio. Muitos voluntários para dar orientações, policiais, placas. Excelente organização da prova.


Nos posicionamos na frente do hotel, tiramos uma foto e sem mais instruções (não tinha muito mais a ser dito), nos encaminhamos para os locais aonde seriam realizados os procedimentos de segurança à caminho da linha de largada.

No meu grupo (G e F) estávamos apenas mais 2 atletas, o Rodrigo e o Cristiano (na foto o de preto ao meu lado e o de vermelho) e fomos juntos para os procedimentos de segurança. Neste momento me despedi do Waldemar e desejei boa prova a ele e a todos de outros grupos.

Estávamos no Wave 2, ou seja, iríamos largar as 8 da manhã (horário local - 10:00 horas do Brasil)



A primeira passagem de segurança foi na entrada do Grand Park e teve apenas uma revista simples na mochila. Ali era verificado também se a pessoa estava ou não com o número de inscrição fixo ao peito. 

A segunda verificação de segurança era com detector de metal e uma revista mais detalhada da mochila. Haviam produtos que não eram permitidos entrarem no parque e ali eram descartados. 

Depois da segurança nos dirigimos ao ponto destinado a deixar as sacolas com os pertences, tudo super bem organizado e com bastante placas e pessoas informando como deveríamos proceder. 

Após deixar as sacolas, cada um dirigiu para seu grupo de largada e começou a sua preparação psicológica e nos separamos.

Cheguei no meu grupo F e tive uma péssima notícia. Já sabia de antemão que o grupo F iria largar 30 minutos depois dos grupos de A a E. Até ai, tudo bem. Mas ao chegar no grupo F, fui procurar os marcadores de pace (velocidade) que tinham o mesmo objetivo de término que eu (3:20 horas para completar a prova) e descobri que não havia estes marcadores no grupo, eles estavam todos entre os grupos C, D e E. 

Não havia descansado no dia anterior. No início da manhã estava chateado por ter dormido mal e não ter descansado bem... Depois fiquei chateado porque o adesivo de marcação de pace da Nike não grudou no meu braço e com isso não poderia ter a referência de tempo e distância. Ao ver que os atletas marcadores de pace não estariam largando comigo, fiquei muito chateado e preocupado. 

Algo assim: FUDEU... Eu não sei me controlar na velocidade, o Garmin iria falhar nos túneis, não tinha os atletas enviados pela Nike para correr ao meu lado e não tinha o controle de pace no braço. Como eu ia controlar minha velocidade e esforço? Com que base iria manter minhas energias sob controle? 

Bateu um baixo astral muito grande, desânimo e até tristeza. Tudo que tinha feito poderia ter sido perdido por detalhes bestas. Droga...

E foi ai que lembrei do que o Waldemar me falou: "Escute seu corpo e encontre sua velocidade na prova". Independente de marcador de pace, independente de pessoas ao seu redor correndo em uma determinada velocidade, com ou sem adesivo no braço ou com relógio, eu deveria iniciar tranquilo e ver como o corpo responde. Se cansar, diminui um pouco, se estiver bem, acelera e lembra que são 42 km de distância. 

E a hora da largada se aproximava....

A prova (Minha Primeira Maratona)

Um pouco antes das 7:30 da manhã a largada estava lotada de corredores. Era lindo ver o céu claro e sem nuvens, a lua ainda estava nos observando, aquela visão linda do Grand Park, prédios e aquela multidão de pessoas se preparando para a largada. 

O narrador anunciou a largada e começava a prova dos corredores de elite, de pessoas com deficiência e depois da multidão dos grupos A, B, C, D e E. Impressionante ver aquela multidão começando a correr. Lindo.... Emocionante... Fantástico... 

E eu aguardava bem na frente do pelotão do grupo F esperando os 30 minutos para minha largada. Tomei meu primeiro gel e comecei a fazer movimentos para aquecer inicialmente as pernas. Nada de alongamento ou algo assim, apenas movimentos de contração e extensão da perna, poucos saltos no mesmo lugar, coisa bem leve. 

Ainda estava preocupado, mas já não havia nada que poderia fazer sobre o controle de velocidade, então teria que curtir mesmo.

Próximo às 7:45 horas o grupo F foi andando até a linha de largada. Estava a 5 ou 6 passos atrás da primeira linha de pessoas e iria sair sem muitas pessoas me atrapalhando. 

Já chegando as 7:55 horas o pessoal começou a jogar as roupas de frio (abrigos, mantas, calças, sacos plásticos, etc.) para o lado e todos estas roupas foram coletadas por pessoas que recolhiam para a caridade e seriam doadas para pessoas com necessidade. 

O narrador falava coisas engraçadas, perguntava quem estava fazendo a primeira maratona na vida, informava que mais de 100 países estavam representados na prova, falava dos patrocinadores e tentava tirar a tensão dos corredores. Ele até conseguiu nos distrair, mas o controle do pace não saia da minha cabeça. 


8:00 horas da manhã foi dada a segunda largada e começamos a nossa maratona. Como disse, estava muito próximo a ponteira do grupo e as 8:00:18 eu passei pela largada. Para referência, o Waldemar passou pela largada quase 9 minutos depois do momento da largada. 

Como eu sai? Desesperado como sempre :-) Mas nem tanto, comecei a 4:43 min/km para aquecer e sentir a prova. Depois fui acelerando para alcançar alguns poucos atletas que saíram mais forte, pois eu queria ter companhia para correr e seguir alguma "referência", mesmo sem saber o tempo previsto de término deles. 

Na minha camiseta estava preso um marcadora de tempo de 3:20 horas, e nos primeiros quilômetros duas pessoas me perguntaram se eu era marcador oficial da prova. Sorri e disse que não, que eu estava procurando alguém para marcar o ritmo porque eu era péssimo fazendo isso. Coincidentemente ou não estas pessoas não me acompanharam mais (risos). Estava girando rápido, a aproximadamente 4:00 min/km.

Depois de uns 3 ou 4 quilômetros encaixei o ritmo e comecei a girar na casa dos 4:30 min/km, ora um pouco mais rápido em 4:22 min/km ora um pouco mais leve a 4:35 min/km, mas indo bem constante.

Neste ponto da prova já estava bem a frente das pessoas do meu grupo e havia apenas alguns atletas correndo ao meu lado. Um deles era mexicano, encostou em mim e começamos a correr junto.

Ele falou que era da Cidade do México, que havia feito a maratona de Nova Iorque no ano passado com tempo de 4 horas e  40 minutos e na prova de Chicago iria fazer em 3 horas e 15 minutos. Conversava em inglês, e quis ter certeza se ele falou Fifteen ou Fifty (quinze ou cinquenta, já que a pronúncia em Inglês é bem parecida) - ou seja, terminaria em 3 horas e 15 minutos ou 3 horas e 50 minutos. Quando ele confirmou que era 3:15 eu disse que ia acompanhá-lo porque iria tentar algo próximo a 3:20 horas.

Estávamos muito mais rápido do que era necessário, mas não diminui não, continuei no ritmo. O mexicano foi ficando para trás, ficando para trás e não vi o mexicano nunca mais. Duvido que ele tenha terminado em 3:15 horas.

Preciso comentar que na largada não havia espectadores ou torcida, não era permitido pessoas entrarem no parque que não fossem corredores. Depois de 1 quilômetro da largada começou a aparecer pessoas nas ruas e foi assim até o final da prova.  IMPRESSIONANTE... Pessoas incentivando, gritando, com cartazes, fotos de corredores, frases super engraçadas, comida, bebida, doces, suplementos... Foram mais de 40 quilômetros de pessoas te "empurrando" e dando força. 

Eu nunca dei tanto High Five (bater mão-com-mão) na minha vida. As pessoas gritavam nas calçadas, eu gritava nas ruas. Crianças pediam High Five, eu desviava para ir vê-las. Haviam cartazes (cartolinas) dizendo: Toque aqui para energia extra... Eu desviava para ir lá tocar no cartaz e deixar a pessoa alegre pelo meu esforço. 

E ai veio o segundo agradecimento que fiz no início do post, o Luiz Vergueiro havia me falando de como é divertido correr uma maratona, e eu não imaginava como seria possível. Só pensava em dor, em sofrimento, em cansaço, no "muro", em quebrar... Segui o conselho do Luiz e fui me divertindo com as pessoas na rua, interagindo com as pessoas que corriam comigo, morrendo de rir dos cartazes, curtindo a prova mesmo.

Porque agradecer ao Luiz? Porque com isso parei de me preocupar com o tempo e com o controle de velocidade. Juro, não vi a prova passar e os quilômetros iniciais voaram... 

Juntei o conselho do Luiz e do Waldemar, e me diverti na prova escutando meu corpo, e a prova foi acontecendo sem eu perceber.

Comecei a prestar atenção em coisas mais legais, nas três bandas que tocavam música ao vivo durante a prova, do "Elvis" que cantava num carro de som, nos cinco ou seis grupos de team leader fazendo acrobacias com seus pompoms, no grupo de homens vestidos de mulheres dizendo que iriam beijar os corredores que estivessem andando, na orquestra que tocava músicas próximo a uma escola... 

A prova, que deveria ser maçante e pesada, tornou-se divertida. Sim, é possível se divertir correndo uma maratona, acreditem. 

Sobre a estrutura, haviam pontos de hidratação a cada 2 km ou 3 km oferecendo Gatorade  com uns 30 voluntários de cada lado da rua entregando os copos. Uns 200 ou 300 metros depois, mais 60 (30 de cada lado novamente) oferecendo água para quem optasse.

Banheiros aos montes, um pouco mais espaçados. Postos médicos e equipes de organização um também estavam bem distribuídos. 

Eu estava indo muito bem, fazendo bagunça e prestando atenção aonde pisava e ao meu redor. 

Passei pelo 5km com 22 minutos e 20 segundos à pace médio de 4:28 min/km, e tudo ia muito bem.

Lá pelo 5 ou 6 quilômetro comecei a encontrar os primeiros atletas mais lentos dos grupos A ao E. Ou eles não tinham preparo ou estavam machucados, pois era muito cedo para eu já encontrar o pessoal que saiu meia hora mais cedo.

Reparei que neste momento só havia um oriental (acho que chinês ou coreano) correndo ao me lado do grupo F. Haviam 3 ou 4 que tinham ido mais forte e não conseguia vê-los, o mexicano sumiu e uma menina de rosa que acompanhou até próximo aos 5km também não teve pique para nos seguir. 

No quilômetro 8 entramos no Lincoln Park Zoo, um lindo parque absolutamente lotado de pessoas assistindo a prova e curtindo o dia de "sol" (com frio, claro). Neste momento apareceu a primeira banda ao vivo tocando músicas dos Beatles. Claro, passei ao lado deles e bati palmas pelas músicas. Eles cumprimentaram de volta. 

Percebi que havia esquecido de tomar o segundo gel. Ah, esta era a estratégia que adotei, tomar um gel a cada 7 quilômetros e beber água / gatorade em todas os pontos. Estratégia muito, mas muito vencedora. Recomendo a todos.

Tomei meu gel, mais a frente um pouco de água e bola pra frente. Tudo ia muito bem... 

Lembro-me que ao passar por um ponto de controle de 6 ou 7 milhas havia uma mulher com megafone da organização incentivando os corredores. Ao passar por ela perguntei se já podia parar e ela morreu de rir dizendo que tem um caminho "longo" pela frente. 


Dentro do parque completei os 10 km de corrida, com o tempo de 44 minutos e 41 segundos à pace médio de 4:28 min/km (o mesmo que nos 5km). Lembrei na hora de um fato: comemorei muito quando consegui fazer uma prova de 10km em 44 minutos, e naquele dia estava fazendo o mesmo bom tempo em uma prova de 42km. 

Neste momento eu já estava passando diversas pessoas dos grupos A a E, e o "trânsito" dava pequenos sinais que poderiam me atrapalhar um pouco mais a frente. 

Sempre que via uma camiseta do Brasil ou de alguma assessoria daqui eu passava ao lado para desejar boa prova. Fiz isso com todos da MPR, que mandou um caminhão de corredores para a prova. Passei, sem brincadeira, mais de 25 pessoas da MPR e sempre ia ao lado deles e desejava boa prova e que deveriam se divertir.

Ao sair do parque, já próximo ao 12 km vi algo legal. Um corredor ia firme e forte batendo uma bola de basquete... hahahahaha, como se já fosse fácil correr uma maratona, este louco ia quicando uma bola e correndo ao mesmo tempo. 

Vale a pena registrar que haviam algumas poucas pessoas fantasiadas, vi este basqueteiro, vi uma ou outra pessoa de fada, bailarina, antenas na cabeça, chapéus, mas nada de fantasias pesadas, apenas roupas leves que não atrapalhavam a corrida. 

Muitas pessoas usavam cinto com garafinhas de água (o que achei errado, porque havia água e gatorade a cada 2 km mais ou menos), pessoas com cintos e gel, poucas pessoas de óculos ou boné. Ah, vale registro, poquissimas pessoas com a camiseta da prova. Engraçado, né? A grande maioria ia com as camisetas dos clubes de corrida ou assessorias esportivas. 

Depois da saída do parque, junto com o basqueteiro que relatei, vi pela primeira vez famílias voluntárias nas ruas dando lenço de papel para enxugar o rosto. Putz, claro que passei em todas estas pessoas e pegava o papel para me enxugar meu rosto e cabeça, devido a minha elevada sudorese. Vi isso umas 4 ou 5 vezes durante o percurso, pena que não haviam tantas pessoas mais para o final, quando o suor já era maior. 

Ao completar 14 quilômetros, tomei imediatamente um novo gel e procurei o ponto de hidratação mais próximo para poder "descer" o Gu. 

Cheguei ao quilômetro 15 inteiro, firme e forte, brincando com as pessoas na rua e aproveitando a bagunça da população. Acho que do parque até o km 15 foi o momento mais divertido, mais cartazes e mais aglomeração. O Luiz Vergueiro tinha razão, correr uma maratona Big Six (Nova Iorque, Londres, Chicago, Boston, Toquio e Berlin) é realmente muito prazeroso (até um certo ponto, claro - risos).

Analisando os dados da prova, percebi que nos 5k, 10k e 15km meu pace foi exatamente 4:28 km/h. Um relógio, mas claro com oscilações internas entre estas marcas. Foi legal passar o olho e ver esta constatação de cadência constante.

Mais a frente o negócio ficou um pouco mais feio em relação ao número de pessoas nas ruas e ao "tráfego". Entre os km 15 a 20 eu comecei a alcançar o pessoal dos grupos A-E que estavam fazendo a prova com objetivos de terminar entre 4:00 e 3:30 e este era, no meu feeling, o maior grupo de pessoas. 

Isso me atrasou um pouco por dois motivos. O primeiro é que começava a ficar difícil ultrapassar tantas pessoas que corriam juntas na mesma velocidade. O outro é que instintivamente eu diminuía minha velocidade para andar junto com elas e ter um assunto para conversar (normalmente temperatura, bagunça das pessoas que assistiam, roupas, velocidades, etc.). Quando percebia que meu pace estava caindo, eu voltava ao passo normal, mas as vezes passava períodos sem olhar para o Garmin, e ai a velocidade ia para 4:38 min/km como no km 19. No 20 e 21 eu coloquei a cabeça no lugar e voltei a concentrar na prova, mas a diversão começava a atrapalhar o rendimento.

Não tenho certeza da distância que já havia percorrido, mas foi próximo à meia maratona que vi um pessoal pulando de cama elástica na calçada e fazendo "High Five". Putz, que energia legal... Procurei por fotos deste evento na internet e achei um video.


Muito Legal, não é? Olhem a vibração do pessoal assistindo e reparem nas pessoas que correm olhando as pessoas nas calçadas e agradecendo o apoio.

Voltando um pouco, no quilômetro 20 atravessamos uma ponte com uma leve subida. Haviam 3 ou 4 subidas leves, nada comparada aos 400 metros da subida próxima ao final, que relatarei mais a frente.

O Garmin se perdeu neste momento e me jogou "dentro d'agua" :-), só no mapa, claro.


Cheguei na meia maratona... 21 quilômetros percorridos em 1 hora, 35 minutos e 14 segundos. O que isso significa? Minha melhor meia maratona de toda minha vida. Meu melhor tempo até então era de 1:38:00 (cravados) na Meia Maratona Asics Golden Four, relatada neste post http://omeuprimeiroironman.blogspot.com.br/2014/08/meia-maratona-internacional-do-rio-de.html ... E agora, sem muito esforço, batia meu recorde em aproximadamente 3 minutos. 

O que isso quer dizer? Ano que vem tem Golden Four para menos de 1:35 horas, e vou treinar muito para chegar lá.

Acompanhando o pace médio, aos 21 km eu estava girando a 4:30 min/km. Se nos 5k, 10k e 15k eu girei a 4:28 min/km, aos 21 eu subi 2 segundos por quilômetro. O trânsito e a desconcentração foram marcantes para esta diminuição de velocidade, mas o corpo já começava a sentir.

Tanto que no quilômetro 25 senti minha primeira dor. O joelho direito disse "Oi, Daniel... Eu sou seu joelho e estou aqui embaixo, viu?". Em outras palavras, senti um desconforto leve no joelho, mas nada que atrapalhasse.

Vale o relato que entre os quilômetros 22 a 26 passamos por uma área mais industrial e afastada do centro da cidade. Uma área mais "feia" se comparada às outras, mas mesmo assim limpa, plana e bem cheia de pessoas assistindo.

Neste ponto já apareceram famílias não ligadas a organização da prova oferecendo bananas cortadas em 3 partes. Poxa, que maravilha, o gosto do Gel Gu é aceitável, mas depois de quase 2 horas de prova ele já fica enjoativo. Comer banana e tomar Gatorade aliviam muito este gosto de "doce" na boca. Peguei algumas vezes banana, e fiquei com muito medo de pisar em cascas no chão, pois o pessoal comia e jogava ao lado, mas algumas cascas caiam na rua.

Vale o relato, constatado também pelo Waldemar. Os corredores bebiam água / gatorade, mas ao invés de saírem para a lateral para diminuírem o ritmo e conseguirem beber, continuavam bebendo no meio da rua. Isso atrapalhou algumas vezes outras pessoas que estavam correndo. Uma das vezes, lá pra frente (não me lembro em que km), uma pessoa me cortou e quase caímos. Em outro momento vi um cara atravessando a rua empurrando a bicicleta, e ele escutou muitos gritos de corredores que foram atrapalhados. Fora disso, não vi nenhum incidente grave.

De vez em quando via uma pessoa mancando e pedindo por ajuda médica, mas não vi nenhum acidente ou nada de grave que fosse necessário médicos ou ambulâncias. Ainda bem.

Passei pelo 28 quilômetro, lembrei que era hora de tomar gel, mesmo que não estivesse com vontade de comer nada. Plano é plano, tinha que fazer cara feia e jogar o gel para dentro querendo ou não. Este era o 5 gel do dia, faltava mais um no 35 km.

Então, cheguei ao quilômetro 30 com 2 horas, 16 minutos e 40 segundos de prova, com pace médio de 4:33 min/km. Ou seja, da meia maratona para os 30km meu pace subiu 3 segundos por quilômetro.


Não tenho muitas explicações, era apenas o cansaço chegando. Mas tem notícia boa também, nos meus treinos longos de 32km e 34km eu havia encontrado "o muro" no quilômetro 28, eu já estava passando dos 30km e tudo ia bem. Lembrei disso na hora quando olhei no relógio e vi que já havia passado o 32km.

Entre o 30km e o 31km atravessamos um bairro de estudantes e também um bairro chamado Little Italy. Muito legal este bairro, tranquilo, sem vento, sem sol... Ao sair deste bairro, olhei para o relógio e vi que já havia feito 32km, faltariam "apenas" uma prova de 10km, que faço com freqüência. 

Faltavam "APENAS", 10 quilômetros.... APENAS ... Risos.... mas eu estava inteiro, aquele incômodo no joelho não estava atrapalhando em nada, a temperatura continuava boa e o "transito" estava bem menor. 

Próximo ao quilômetro 34 atravessamos mais uma ponte do Rio Chicago e uma nova leve subida. Percebi que meu pace da volta já não estava lá estas coisas, começava a girar próximo de 4:45 min/km e cheguei a correr a 4:55 min/km. Já não era muita concentração ou trânsito, apenas o controle da velocidade que não estava tão fácil assim.

Cheguei ao km 35 e tomei meu último gel. Contando com o que tomei no início da prova, este foi o sexto (um antes e um a cada 7 quilômetros), seguindo a risca a estratégia de suplementação e hidratação. Neste momento o pace médio havia caído para 4:35 min/km, o que já dava sinais de que a velocidade havia diminuído um pouco mais.

Infelizmente não tenho dados do meu batimento cardíaco, mas não me sentia ofegante ou "buscando" a respiração, era mesmo o desgaste de 2 horas e 40 de prova. 

Comecei a fazer projeções, calcular tempo de chegada, marcas, quilômetros que faltavam, analisar pisadas e qualquer coisa que me desviasse o pensamento "do muro" ou de quebrar. Ainda estava "quase" tudo sobre controle.

No 37 km os dois joelhos falaram "Oi". Não foi só um aceno, falaram "Oi" com vontade (risos). Não era assustador, mas senti que teria que dar uma repensada na minha  passada, tirar o impacto dos joelhos e começar a correr mais com as panturrilhas. O "conforto" e diversão que me acompanharam na corrida toda já não estavam tão presentes, mas em momento nenhum pintou desespero, era apenas algo que incomodava um pouco.

Nos quilômetros 38 e 39 fizemos um "S" nas quadras da cidade bem acentuado e notei que haviam telões projetando os corredores. Levantei a mão, fiz barulho, mas realmente não consegui me ver passando. Acho que eram imagens de outros lugares e estavam transmitido ao público outros momentos distintos da prova. Vi estes telões em outros lugares da cidade, mas não me lembro bem para poder identificar em qual quilômetro eu estava.

Chegamos então na Av. Michigan, a mais importante, famosa e linda avenida de Chicago.  Nossa, que alegria ao ver aquela avenida cheia de pessoas, com carros de som, com muita festa e ver lá ao fundo algo que seria a chegada.  Sabia que estava no final do percurso.

Confesso, estava só o pó... Engraçado que ainda tinha energia nas pernas, tinha pulmão, mas os joelhos doíam bastante desde o km 37, então não dava para fazer muito milagre. As brincadeiras, os "High Five", as piadinhas, tinham parado. Tá bom, né? Brinquei e me diverti bastante.

Eu tenho que admitir, vi que naquela passada, já próximo aos 40 quilômetros, eu estava em um tempo extraordinário e fiquei orgulhoso do ale estava conseguindo. Ia fazer a prova em muito menos de 3 horas e 20 minutos e que marcaria minha estréia com chave de ouro no mundo das corridas de endurance. Mas ainda faltava chão para queimar, então me concentrei novamente.

No final da avenida Michigan, próximo aos 41.700 metros, eu já estava contando os passos para completar a prova, e notei que havia uma curva para a direita. 

Porque eu lembro desta curva? Porque nela tinha uma subida.... sim... uma subida.... A prova não era 100% plana? Que diabos fazia uma subida nos últimos metros da prova? E era uma subida relativamente chata, mas curta.

E eu vi muita gente caminhando nesta subida. Tinha uma placa de 400 metros para a chegada, e eu não ia caminhar. Meu pace da volta foi para 4:58 min/km, os joelhos já reclamavam bastante, eu xingava a alma de quem havia colocado esta subida na prova, mas estava acabando, não era para desanimar.

Depois da subida, uns 100 ou 200 metros de reta e o portico final da prova. 

Como se diz no mundo dos corredores, naquele dia às 8:00:15 horas da manhã entrei na prova como um corredor, e em 3 horas, 15 minutos e 34 segundos depois me tornava um maratonista.


O que eu sentia? Uma emoção enorme, muito maior do que as dores nos joelhos, que o cansaço, que a fome, que tudo. A emoção de ter feito uma das maiores realizações pessoais da minha vida até então. 

Lembrei de muita coisa que fiz para chegar até aquela linha de chegada, do tanto que treinei, das dúvidas sobre minha capacidade, sobre os problemas antes da largada e que aquele era um passo importante para minhas metas de atleta amador. 




Para alguém que até maio de 2012 odiava correr, para quem já havia fraturado o joelho e perna (quando criança), quem vivia no hospital com bronquite, rinite e sinusite, para principalmente para um estreiante em maratonas, o meu tempo foi espantoso.



Tenho que melhorar em muita coisa, ficar mais forte para não sentir tanto os joelhos, ter mais regularidade, ganhar mais força nas pernas, usar melhor a passada, e esta prova só me mostrou que estou no caminho certo, e que falta muito ainda para buscar.

Não descansar na véspera, dormir mal no dia anterior, perder o marcador de pace, sair num grupo que não tinha pessoas da minha velocidade, acelerar muito no início... fiz muitas coisas que poderiam me atrapalhar na prova, e mesmo assim deu tudo certo.

Lembrei-me que quando fiz a inscrição da prova, coloquei meu tempo de previsão de término em 3:50 horas (fui bem conservador). Durante os treinos, cheguei a conclusão que fazer a prova em 3:30 horas seria possível, porque era o que fazia nos treinos longos. Com confiança, fiz a inscrição no grupo de pacers para completar a prova em 3:20 horas e no final terminei em 3:15 horas.

Superei a mim mesmo, ganhei esta competição contra a única pessoa com quem eu competia.

Estes são os tempos e o pace médio (5 coluna) durante toda a prova. Teve uma variação de 10 segundos por quilômetro nos 42 km de prova. Achei bem aceitável.


E para completar...


Apenas para manter o padrão, a prova teve 42.195 metros (o Garmin registrou 42.890 metros) percorridos e 3 horas, 15 minutos e 34 segundos (37 segundos no Garmin), a pace médio de 4:38 min/km.



Fiquei na colocação geral na posição 2.486 de 45.000 inscritos. Por gênero, peguei a posição 2.153 e no meu grupo de idade fiquei em 400.

Muito, mas muito, mas muito bom mesmo.... Foi a primeira maratona, ainda tenho muito que aprender e treinar.

Não me diverti nos quilômetros finais, mas tive definitivamente 4/5 de provas extremamente bacanas, interagindo com pessoas, puxando papo, correndo e sorrindo.

Este foi o trajeto que fizemos dentro da cidade de Chicago.



Pós-Corrida

Após a corrida estava um bagaço, cansado, com dores, pernas sem articulação, desidratado, tudo podre.... Ao passar pelo pórtico ganhamos uma capa de alumínio para manter o corpo aquecido e somos convidados a não parar neste ponto da avenida. 

Caminhamos um pouco mais de 300 metros, recebemos frutas, água e um copo de cerveja. 

Mais alguns metros a frente, uma grande equipe de voluntários entrega nossa medalha. 

QUE ORGULHO QUE SENTI... 

Todos os voluntários dando parabéns com um sorriso imenso no rosto, realmente mostrando que se importam.



Neste espaço reservado pela organização vi algumas pessoas sendo atendidas por médicos, mas aparentemente apenas com dores superficiais nas pernas. Não vi ninguém passando mal que necessitasse de cuidados mais intensivos.

Sai da avenida, me dirigi ao ponto aonde deixei minha sacola. Neste caminho fui parado por diversos fotógrafos da prova para registar o momento de felicidade. Retirei as minhas roupas e me dirigi ao parque aonde muito organizadamente as famílias esperavam os corredores em diversos marcadores (pedestais com de letras). Cada pessoa deveria procurar sua família na letra correspondente do seu nome. Muito bem sinalizado e bem visível.

Eu caminhava com bastante dificuldade, fiz alguns alongamentos mas não tive muito sucesso para aliviar aquela dor. Quando caia algo no chão, comida, roupa, papel, etc. era uma dificuldade imensa para abaixar e pegar o que caiu. :-)

Para tirar uma foto no parque, deixei minhas coisas no chão e outras pessoas também o fizeram. Era muito engraçado TODOS se matando de dor para pegar novamente os pertences no chão. Um americano disse que era humilhação, que deveriam colocar mesas no parque inteiro para que não precisássemos abaixar (risos).

No caminho do "family meeting" encontrei o Waldemar. Eu estava morrendo de dores, ele caminhava com naturalidade. Conversamos da prova, ele me contou como foi a corrida dele, parada para um xixi no meio, muita gente na frente na saída, tudo bem diferente da minha prova. 



O Waldemar fez um filme meu andando. Assim que ele me enviar, posto aqui para vocês verem a situação lastimável pós-maratona....

O Waldemar completou a prova em 3:29:00, excelente para quem passou a maior parte do treinamento contundido e sem poder treinar. Ele é um monstro, ainda tem muito chão pela frente. Foi a melhor maratona dele.

Fomos juntos para o ponto de encontro da Run & Fun (letra R do "family meeting"), passamos antes no bar do parque e retiramos nossa cerveja de brinde, e nos juntamos ao pessoal do Brasil.


Tá, eu confesso... Só dei um gole bem pequeno na cerveja, mas não podia ficar sem experimentar o gosto dela em celebração a conquista.

Ao chegar próximo ao pessoa da Run & Fun, senti um clima meio ruim. O pessoal "forte" (que corre muito) não foi muito bem, e com isso eles estavam num astral diferente. Eu e o Waldemar estávamos muito animados, eles numa de ficar quieto e não queriam saber de nossa prova ou conversa.

O Waldemar queria ir para o outlet, eu queria ir para o hotel passar remédio nos joelhos e tomar um relaxante muscular. Resolvemos não esperar todos terminarem a prova e fomos caminhando para o hotel, algo cerca de 1.5 km de distância.

Eu parecia um robo andando, o Waldemar nem parecia que tinha corrido. Nosso retorno, mesmo que curto, foi demorado. Deu tempo de tirar uma foto do grande amigo para ficar registrado nosso momento de medalhas no peito.


No hotel, um banho demorado (lá não está com falta de água - risos), um remédio (relaxante muscular) que a Mandi mandou e um bom descanso.

Fim da primeira maratona. Se eu pudesse sonhar com uma prova assim, não sairia tão perfeita como foi.

A organização foi maravilhosa, o tempo estava perfeito, meu tempo foi assustador. Só tenho que voltar aos agradecimentos aos amigos, família, treinadores e a namorada. As dicas do Waldemar e do Luiz foram matadoras... Isso é a voz da experiência, vou sempre escutar meus amigos...

Agora é recuperar as pernas para retomar os treinos. 

Chicago vai ficar na minha memória para sempre.... Porque? Porque eu descobri que podemos fazer uma prova de 42 mil metros, correndo forte e ainda sim se divertir muito.

Eu me diverti correndo... E vou fazer isso sempre. 


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