O mundo gira e a Roda Fechada

Quando eu era pequeno meu vizinho tinha uma Caloi Cross com rodas fechadas. Achava aquilo lindo! Ela fazia um barulho legal quando estávamos pedalando. Mais de 10 anos depois (bem mais) comecei a fazer triathlon. Um dia fui competir e apareceu um cara com uma roda fechada. Na hora lembrei daquela Caloizinha branca. Só que o barulho do brinquedo de adulto é muito mais legal. De lá para cá a tal da roda disco sempre esteve na minha lista de desejos
Mas, uma roda fechada vale a pena? A minha experiência com ela me faz dizer: depende! Fiz administração de empresas, então essa é a minha resposta padrão. Porém, ao contrário de minhas respostas da época de faculdade, aqui, o “depende” tem uma razão. Naquela época servia para ganhar tempo para algum colega CDF e com vontade de aparecer para o professor responder por mim.
De volta à questão da roda: no início do treino, quando o vento estava fraco e eu forte, a roda me levou lá para frente. O som dela me empolgou mais ainda. Já da metade do treino para o final, quando eu estava fraco e o vento forte, tinha de fazer uma força louca para manter a velocidade acima dos 34km/h. O barulho dela me irritava a cada minuto que passava.
Esse final de semana o Ribeiro postou aqui as bikes dos triatletas amadores no Ironman Melbourne. Dois leitores nos fizeram comentários que me fizeram pesquisar sobre a questão das rodas fechadas e das capas aerodinâmivas (o LFO e o Daniel Almeida).
Li um pouco sobre o assunto, pesquisei no blog Max da Kona bikes (está ali do lado em nossos favoritos), no mundotri.com.br, no fórum Slowtwitch e em blogs de triatletas amadores lá de fora. Minhas conclusões estão aqui embaixo.
Existem basicamente 4 variáveis que limitam o uso da roda fechada: relevo, percurso, vento e atleta.
Relevo: as rodas fechadas não são muito leves, por isso elas funcionam melhor em percursos predominantemente planos.
Percurso: as rodas fechadas tem uma inércia grande, o que dificulta o ganho de velocidade nas saídas de curva, principalmente dos cotovelos.
Vento: as rodas fechadas são mais aerodinâmicas (por isso as compramos), mas quando o ângulo de incidência do vento está alinhado com a bike (vento frontal) sua vantagem não é tão grande quando, por exemplo, comparamos a uma roda de treino comum. Em compensação, quando o ângulo de incidência do vento é perpendicular à superfície da roda, esta funciona como uma vela, desestabilizando o atleta. Em caso de rajadas mais fortes, pode jogar o atleta ao chão. Então, as vantagens dessa roda aparecem no meio desse espectro.
Atleta: essa é a principal variável. Aqui, podemos subdividir em peso e capacidade. Como dito acima, o vento pode desestabilizar o atlete, dessa forma, ventos nem tão fortes já irão atrapalhar. Quando digo capacidade, você pode entender como a capacidade do atleta em manter a velocidade média acima dos 40km/h, já li acima dos 37, mas quando mais alta a media, melhor seu funcionamento, por conta de sua inércia.
Acho que nunca vou usar uma roda dessas em competição…
Porém, se eu ainda quiser ficar bem na foto e ter um desempenho decente, posso comprar uma capa e colocar nas minhas rodas de treino, ou nas 808 que pego emprestadas do Mottoca.
Essas capas, se instaladas corretamente, podem dar quase o mesmo resultado aerodinâmico que uma roda fechada tradicional e permitir fazer percursos com subidas e cotovelos e planas, além de não precisar pegar emprestada uma roda traseira aberta no caso de pegar a vaga para Kona. Isso com uma fração do preço investido numa Disco (como também são chamadas).

Em resumo: mais baratas, quase o mesmo desempenho e ainda ficam bem na foto. Pena que o barulho não é o mesmo de uma SUB-9 da Zipp.
Como não sou especialista no assunto, gostaria que compartilhassem conosco o que têm a dizer.
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