Meu primeiro Ironman: A história de um sonho: Treino de 21/04

Hoje (na verdade, terça feira, dia 20/04) fiz treinos de Transição T2 (Ciclismo e corrida).

Como notifiquei previamente: Antes das considerações dos treinos, sei que estou em débito com as postagens e tentando tirar o backlog de atualizar o blog desde sexta feira, dia 17/04. Por vários motivos, fiquei sem escrever (sexta, sábado, domingo, segunda e terça) e agora preciso atualizar tudo, mas alguns detalhes eu esqueci e em outros serei mais resumido porque não dá para ser tão detalhista com tanto treino feito nestes dias.

Este blog consome mais tempo do que o que gasto treinando :-)

Descanso faz parte do Treino

A noite fez um pouco de calor.. Fazia um bom tempo que a temperatura já estava bem tranquila, mas esta noite precisou de um ventilador para dormir.

Até dormi bastante, mas não foi tão tranquila como as noites dos últimos dias, mas 8 horas e 30 minutos de descanso são bem confortáveis para recuperar e iniciar um dia de treinos. Muitos movimentos a noite toda, com picos em diversos momentos, o que deixa o sono mais leve.

Treino de Natação

Havia combinado com meus amigos da Medley Triathlon, em especial com a Rafaela, um treino em Guaiuba (Guarujá) com auxílio do professor Silvio Kerstner com 4 quilômetros de natação em mar aberto.

A ideia era fazer um circuito com 4 caiaques em forma de retângulo com 2 quilômetros de extensão, passaríamos na praia para simular o percurso do Ironman e voltaríamos a nadar novamente mais uma volta de 2 quilômetros para finalizar o treino.

Tudo pronto, acertado, animado e ao acordar recebi um whatsaap do treinador Sílvio informando que estava trovejando e chovendo na praia, e assim o treino estava cancelado.

Que chato, estava animado em nadar no oceano, sem pressão por tempo, sem pessoas se acotovelando, sem muita responsabilidade, mas não deu :-(

Treino de Transição (Ciclismo)

Hoje é feriado de 21 de abril, a academia estaria fechada (não dava para nadar), o pessoal da Run & Fun combinou de pedalar com a Route Bikes, mas não queria pedalar na roda de novo e também não estava afim de ir para a ciclovia.

Como a natação não aconteceu, peguei o carro (que já estava com todas as coisas preparadas para o ciclismo e corrida) e fui para o Riacho Grande. Estava um pouco desanimado, mas não ia perder o dia de treino por causa de um imprevisto.

O treino programado para hoje era:

Bike: 10' zr + completa 90´ com subidas do cavalo 53x19 zm

Claro que nem pensei qual seria o treino, e não iria fazer apenas 90 minutos de pedal num feriado tranquilo.

Cheguei um pouquinho antes das 7:00 no Riacho Grande, já estava cheio de ciclistas e fui desempacotar todos os materiais para o ciclismo. Parei o carro em frente ao Clube dos Borracheiros, quase sem vagas no acostamento, vi muitos ciclistas passando e vi que teria muita companhia.

Tirei a bike, coloquei a água no suplemento (a mesma mistura vitoriosa de Malto + Dextrose + BCAA), passei protetor solar (sabia que o sol ia judiar bastante), coloquei o Garmin Edge na bike, o Torrone no bolso da bermuda e parti para o treino.

A intensão era pedalar longo, fazer de 80 km a 100 km sem roda e sofrer um pouco nas subidas do Riacho Grande. O percurso tem 16 km, com 3 subidas chatas, sendo que uma é mais longa e íngreme. O gráfico abaixo mostra a variação de altimetria nas 6 voltas e meia que dei no percurso.

Assim como ciclistas, o local estava cheio de corredores. Muitos mesmo. Parece que havia um treino coletivo de um pessoal com uma camiseta laranja (até pensei que era da Trilopez) e ocupavam todo a faixa de estacionamento da pista esquerda que vai para o final da estrada velha de Santos.

Nas subidas eu tentava usar a mesma estratégia do Ironman 70.3 de Santos, colocar marcha mais pesada e pedalar em pé. As vezes exagerava a marcha, colocava 53x12 ou 53x13 e sofria pra subir, mas na grande maioria das vezes a subida era boa, sem diminuir muito a velocidade e fazendo força razoável.

A alimentação e suplementação foi tranquila, comer o Torrone foi um desafio para tirar o plástico e mastigar, mas com um pouco de jeito dava para até sentir aquela sensação gostosa de comer um doce de criança.

Beber o Malto + Dextrose + BCAA também foi fácil, perdi um pouco de líquido porque a tampinha ficou mal presa, mas não faltou hidratação não.

No meio do treino encontrei a Rafa da Medley pedalando lá, sempre nos cumprimentávamos nas voltas e via ela fazendo muita força, as vezes puxando um pelotão de ciclistas atrás dela. Ela deve ter pensado como eu, já que a natação estava prejudicada, vamos para o Riacho aproveitar o dia. Como estávamos em direção opostas, cada um seguiu seu treino e não pedalamos juntos.

De diferente, nada muito impactante. Vi um coelho, uma cobra e 2 pássaros mortos na rodovia, tomei um susto imenso quando uma menina de mountain bike cruzou a estrada na minha frente, tive que pedir passagem para um pessoal que estava com fones de ouvidos pedalando no meio da via, e o resto tudo normal... Vai, volta, vai, volta, vai, volta...

A velocidade ficou relativamente crescente nos trechos, guardadas as similaridades de altimetrias, porque notei que nas primeiras voltas a velocidade média girava próximo a 31.8 km/h. No meio do treino já comecei a ver 32.6 km/h de média e finalizei com 33.8 km/h. Acho que as pernas começaram mais "duras", depois encaixou e a velocidade foi melhorando.

Consegui fazer o treino sem pegar roda alguma, até em alguns momentos vi alguns ciclistas atrás de mim, mas por pouco tempo.

O vento estava até controlado, ventava um pouco no sentido condomínio -> retorno a Sampa, o que atrapalhava mais porque era o trajeto com as subidas mais chatas.

Uma coisa que tentei fazer foi colocar acima de 50 km/h nas três decidas, e só aliviava as pernas assim que atingia esta velocidade ou outra superior. Não era um sofrimento tão grande assim.

Sem muito o que relatar, foi um treino relativamente sem emoção e tranquilo.

Analisando o gráfico e dados do Garmin, acho que poderia ter feito uma cadência maior de pedaladas, fiz 72 rpm e sei que os amadores fortes e profissionais pedalam acima de 80 rpm.

O treino foi bom sim, bom volume, boa velocidade, sem stress.

O treino teve 100 quilômetros de distância percorridos em 2 hora e 58 minutos, com velocidade média de quase 34 km/h e cadência de pedaladas de 72 rpm.

Sério, nunca pensei na vida fazer um pedal tão longo como este. Quando me inscrevi no Ironman não sabia o tamanho da encrenca, hoje já senti que dá para fazer, mas não é saudável pedalar 180 km sempre assim.

Pré-Treino: Multi-Vitamínico, BCAA, Bisnaguinhas e Mamão

Meio-Treino: Maltodextrina + Dextrose + BCAA, Bisnaguinhas e Coca-Cola

Pós-Treino: Endurox R4

Haviam 3 ou 4 fotógrafos trabalhando lá.... Peguei uma do Aparecido Cardoso que ficaram legais.

Treino de Transição (Corrida)

Ao completar os 100 km, parei no carro, deixei a bike troquei a sapatilha pelo tênis e lembrei que deixei o Garmin 920xt em casa. Putz, que droga... Correr sem relógio é uma tortura, não dá para controlar o tempo, pace e principalmente não dá para registrar no Strava / Garmin (risos).

Brincadeiras a parte, é ruim correr sem relógio para quem está acostumado. Até sei sentir o esforço, mas não depois de um pedal de 100 km, subida fortes e o sol estava castigando. Em circunstâncias normais, eu saberia se estava rápido ou lento, mas como as variáveis eram distintas do habitual, estava correndo no escuro.

Para não perder o registro, coloquei o Garmin Edge no bolso da bermuda e também liguei o Strava no iPhone, coloquei o telefone em um saco plástico para evitar problemas com suor e coloquei no outro bolso.

O treino programado para hoje era:

Run: 30' zr-zm

Fiz QUASE isso :)

Tomei um Gel Gu (de chocolate, bem gostoso diga-se de passagem), tomei um resto de água que havia no carro e comecei a correr.

Fiz o mesmo trajeto da bike, iniciei sentido "estrada de Sampa" -> "condomínio" e me preparei psicologicamente para as subidas do trecho. Muito sol, minha roupa era preta, já estava um pouco cansado e depois de alguns quilômetros a sede começou a ficar incomodando.

Analisando o gráfico de pace deu para ver que mais uma vez eu comecei forte demais e depois faltou força no meio/final. Não sei se tivesse ido mais leve no início a corrida teria sido mais gostosa, mas, enfim, saiu assim.

Quando comecei a correr vi o Michel Lopes da Run & Fun treinando de bike. Até acho que foi ele que me cumprimentou no final da minha bike, mas deu para cruzar com ele e falar algo quando estava correndo e podia olhar para os lados em correr o risco de cair.

Fui até o condomínio no final da estrada velha, fiz o retorno e quase parei para perguntar se eles poderiam me dar uma "água de torneira" para beber. Pensei também em derrubar um ciclista e roubar a caramanhola deles :-) E falando sério, vi um cara atravessando a rodovia com um isopor com bebidas e deixou cair duas pedras de gelo bem na minha frente. Peguei o gelo e usei para refrescar minha cabeça e pulsos. Que fase :)

Até que o tempo fechou de uma hora para outra, vi algumas gotas caindo e torci para chover forte, mas ficou só no mormaço mesmo e sem chuva. Ainda sim, estava quente,

Próximo ao 9 quilômetro rodado encontrei o Michel Lopes correndo na direção oposta. Ele atravessou a rodovia e foi correr comigo. Além da ótima conversa e da companhia, ele me deu uma informação importante: no Clube dos Borracheiros poderíamos beber água. Putz, era udo que eu queria escutar.

Fomos correndo juntos até lá, paramos e eu parecia um retirante de um deserto. Que calor... Ainda bem que havia água lá, senão iria terminar o treino com os 12 km corridos até então.

Resolvi continuar correndo com o Michel até o final do percurso, ou seja, mais 2 km para ir até o final e mais 2 km para o retorno. Mesmo com subidas chatas foi ótimo continuar, a água deu um UP bom no ânimo, a companhia do Michel foi excelente e um deu força para o outro.

Ao passar novamente pelo Clube dos Borracheiros e completar o circuito todo eu parei, o Michel ainda fez mais 1 km e voltou para conversamos um pouco.

Tirei uma foto com o Michel para deixar registrado no Blog, mas tive uma péssima notícia ao tirar o iPhone do bolso. O saquinho em embrulhei o telefone não segurou o suor e entrou água no aparelho. No início ele até ligava, mas não funcionava os botões. Depois o touch screeen parou de funcionar. No final do dia ele não estava mais ligando....

Perdi a foto, perdi meu telefone, perdi os históricos de conversas, as fotos antigas... Droga :-(

A corrida foi legal, não foi excelente porque gostaria sempre de correr abaixo de 4:40 min/km, mas considerando o tanto que já havia pedalado, o calor e as subidas, foi bom sim.