segunda-feira, 23 de março de 2015

UltraRace Corrida de Montanha

E ai chega o Domingo, dia de treino longo de bike, uma corrida leve ou mesmo um descanso né?

Nada disso, neste dia 22 de março aconteceu a primeira etapa da UltraRace Corrida de Montanha na sua primeira etapa do ano de 2015. 


O que eu tenho a ver com isso? Muito... A Mandi queria experimentar uma corrida de aventuras, com subidas e sem aquela pressão de apenas fazer uma prova de velocidade. E se ela vai, eu vou também.


As corridas de montanha tem uma característica diferente, normalmente exigem mais força do que cadência e podem privilegiar quem tem mais força para subida do que quem corre constante no plano.

Este evento aconteceu em Pindamonhangaba, próximo a Taubaté. Fomos para a região no sábado para aproveitar um pouco a cidade e descansar antes da prova. 

Na manhã de domingo saímos cedinho de Taubaté (aonde ficamos hospedados) e nos dirigimos a Pinda para chegar no local da prova. Pegamos uma referência para chegar no centro da cidade e depois torcemos para o Waze acertar o caminho até o local da prova baseado em localização de latitude e longitude informado pela organização.

Andamos, andamos, andamos, andamos e ao chegar numa estrada no meio do nada o Waze informou que havíamos chegado, mas não havia nada. Ai perguntamos para um pessoal que estava numa vendinha e eles disseram que ainda faltava uns 15 quilômetros de estrada (ótima estrada, diga-se de passagem) até chegar num local bem pitoresco aonde o evento iria acontecer.

A prova é bem pequena, eles nem tem um site próprio para hospedar a página na web (usam uma página free do blogspot e também no facebook) e o número de inscritos não é muito grande. Deveriam estar presentes menos de 100 pessoas (porque não havia número de peito acima de 100), mas acho que presentes mesmo estávamos em 70 ou 80 pessoas.


O local chama-se Restaurante do Seu Edmundo, um local bem grande com estacionamento, um campo de futebol e o restaurante do Seu Edmundo. Foi tranquilo para estacionar, tinha ambulância e havia banheiros limpos, mas a estrutura do evento era bem simples. A foto abaixo mostra toda a estrutura da prova, simples mas suficiente.


A largada marcada para as 9:00 foi adiada para 9:30 porque algumas pessoas que vinham de São Paulo se atrasaram. Mas não vi o pessoal chegar também mesmo com esta prorrogação.

A grande maioria dos inscritos possivelmente era amigo dos organizadores, e quase todos sem conheciam. Também estavam preparados para corridas de montanhas, com tênis com travas, luvas, garrafinhas de água, etc. 

Eu e a Mandi fomos de roupas de corrida de rua, tênis liso e com um Camelback para hidratação, pois não sabíamos como seria a distribuição de água na prova.

Antes da largada a organização explicou um pouco o trajeto, falou do único ponto de hidratação, das outras etapas que vão acontecer no ano, e depois de uma rápida conversa deram a largada para a prova.

Na saída todos animados e gritando palavras de incentivo. Foi divertido... 

No começo da corrida começou a aparecer as diferenças de uma prova como esta e uma prova de rua que estamos acostumados a fazer em Sampa. Além de correr numa estrada de terra, dividíamos a via com carros e ônibus. Nos primeiros metros tivemos que cruzar com um ônibus passando na nossa faixa e um carro na outra faixa em direção contrária.

Nas provas normais que estamos acostumados o trânsito é fechado e os corredores não correm riscos de dividir a via com automóveis. 

Mas este não foi o ponto mais engraçado, um pouco mais a frente passou um senhor de moto com um cachorro sentado em cima do tanque de combustível. Hahahahaha, ambos sem capacete, tranquilos, como se estivessem passeando. 

Neste primeiro trecho de corrida não havia subidas, barros, rios, nem nada.... Podíamos apenas correr e fomos passando vários atletas na corrida. 

Com menos de 2 quilômetros saímos da via / estrada de terra e começou a entrar em locais com mato ou barro, ainda em vias de trânsito de veículos, mas com muitos obstáculos que variavam entre barro, buracos, lama mole e diversos pontos que poderiam ocasionar uma queda. 

Lembro que 2 ou 3 pessoas que passamos no trecho mais leve nos passaram neste trecho da prova, porque tinham mais audácia (ou coragem ou preparo) para correr neste tipo de solo.

Ao fazer 2.5 km de provas chegamos a hidratação e serviam copinhos de água. O pessoal deixava os copinhos juntos à marcação da prova que seria retirado depois pela organização, e assim poderiam ser retirados e não ficaria sujo ou poluiria o ambiente.

Mas.... uns 500 metros mais a frente começou a parte mais difícil... Começou a subida e como havia chovido no dia anterior, a lama estava muito fofa e escorregadia. No princípio da subia havia um bambuzal quebradiço e a subida não foi fácil. 

Além de subirmos com dificuldade, tivemos que ajudar um grupo que estava atrás de nós que não conseguiam subir a primeira parte do bambuzal. A Mandi estava preocupada e queria parar de correr, mas todos os corredores apoiaram ela e continuamos a corrida.

Ao passar o bambuzal encontramos uma subida longa, ingrime e muito escorregadia. Ai não teve jeito, mãos no chão, barro até no joelho e muita habilidade para subir muito devagar. 

Se não bastasse a lama, a subida, os escorregões, havia muito estrume de vaca / cavalo no chão. Então, pisávamos no barro misturado com estrume e o cheio era muito forte.

Eu ria :-)  Ria muito... Era para uma aventura, mas não imaginávamos que seria uma provação de coragem. A Mandi estava tensa, mas ia com força.

Superamos umas duas mulheres na subida, e no topo da montanha começamos a caminhar continuando o trajeto marcado. Não dava para correr muito porque podíamos cair.

Ao passar este trecho, pegamos uma descida leve, cheia de estrume (não sei o que as vacas faziam naqueles locais ingrimes), mas descemos bem. 

Ao terminar a descida da montanha, pegamos uma via de terra batida que dava para voltar a correr. Parte boa, podíamos correr. Parte ruim, muitos carros passavam por nós e havia muitas pedras soltas e buracos.

Mas esta parte foi melhor, porque voltamos a correr num falso plano e ai foi mais divertido porque havia menos perigo de acidentes.

Alcançamos mais outros corredores (duas mulheres) e continuamos até chegar próximo a um riacho. Estávamos com lama até no joelho, os tênis pareciam duas grandes bolas de barro (não dava para ver nada do tênis), as mãos e braços estavam todos sujos, e ao chegar no riacho e atravessá-lo com água até o meio do joelho pudemos nos limpar um pouco.

O riacho estava geladinho, água limpa e forte, com pedras no seu fundo que dificultava um pouco a travessia. Mas não tivemos problemas, passamos bem devagar e ainda ajudamos uma outra mulher que caiu ao atravessar.

Depois do riacho corremos um pouco mais até voltar no mesmo riacho um pouco mais acima do seu curso. Atravessamos de novo com suporte de uma pessoa do staff da prova. 

Voltamos a correr, e atravessamos o riacho mais uma outra vez, um pouco mais fundo e com pedras mais difíceis de apoiar, mas já havia mais suporte dos outros corredores que já haviam terminado a prova.

Ao passar este último riacho, corremos mais alguns metros e fechamos a prova.


Dá para dividir a corrida em três momentos distintos. O primeiro uma corrida constante e bem tranquila. O segundo é uma luta imensa para conseguir andar, com uma parte até com uma velocidade boa e depois só a tentativa de ficar em pé. O terceiro momento é uma corrida com algumas oscilações e um pouco de dificuldade para atravessar três vezes o riacho.


Acho que tanto a Mandi e eu não chegamos no final cansados, ofegantes e coisas assim, porque só deu para correr no finalzinho e no início da prova.

Foi divertido... Durante a prova ficamos muito preocupados (um com o outro) por algum possível acidente, depois precisamos ajudar na subida, na descida, na passagem dos riachos... Então, a prova foi tensa durante uma grande parte e teve muito companheirismo nosso, e o que era para ser divertido acabou sendo só um grande alívio no final da prova.

A Mandi ficou em 4 lugar na categoria dela, se não tivéssemos tantos problemas nas subidas e com um pouco de receio de cair, ela teria pego pódium e troféu.

Vamos ver, não foi bem uma prova de montanha, foi muito mais um trecking enlameado do que uma corrida de subidas como imaginávamos, e quem sabe mais a frente não fazemos outra prova assim...

Se for com ela, corro qualquer prova e qualquer desafio <3








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