domingo, 21 de setembro de 2014

3a. Etapa do Troféu Brasil de Triathlon - Distância Olímpica

Hoje aconteceu a prova da 3a. etapa do Troféu Brasil de Triathlon. 


A prova aconteceu na cidade de Santos, sob uma chuva chata e constante... Mas a temperatura estava gostosa, 20 graus e o vento estava bem fraco, cerca de 3 km/h.

Participei da prova na modalidade Olímpica, onde precisamos nadar 1.500 metros no oceano, 40 km nas ruas e correr 10 km na avenida costeira da praia de Santos.

Fiz o upload dos dados do Garmin Vivofit, mas estranhamente não gerou dados da noite de sono. No site mostra apenas 8 horas contínuas de sono, o que não deixa de ser bom.

Acordei as 4:50, tomei café e tudo já estava pronto no carro, era só pegar a bike e descer para Santos. Já havia chuva na saída de casa, então a prova e o dia prometiam bastante água. Saímos umas 5:40 aproximadamente, e as 5:50 estávamos na Rodovia dos Imigrantes rumo ao litoral.

Engraçado, não chovia em Sampa / Santos há não sei quantos dias, tinha que chover bem hoje.... Mas... Faz parte, não somos de açúcar e a chuva não prejudica muito (mas prejudica). 

Chegamos em Santos (a Mandi foi comigo) eram 6:50 da manhã, paramos o carro próximo a tenda da Run & Fun e descemos todas as coisas do carro. Parecia que estava viajando, porque desci com muita coisa para levar para a transição.

Na barraca da Run & Fun todos já haviam chegado. Os viciados de sempre, Luiz Vergueiro, Lu Porto e Kami. Outros que pouco frequentam as provas, um pessoal amigo dos treinadores, amigos dos atletas e esposas / filhos / maridos do pessoal.

Peguei o meu kit (sim, desta vez tinha kit - risos), coloquei o número da bike, chip no tornozelo, número no peito e fui para a transição. Chovia bem neste horário. Na entrada da transição colocaram o número 160 no meu braço, BF na minha perna esquerda (categoria Olímpica - 35 a 39 anos) e me orientaram para o local da bike. 

Bike no lugar, capacete em cima do guidão, óculos no capacete, sapatilhas e tênis no pé da bike, número de peito perto do tênis. Tudo preparado, mas havia esquecido de prender a sapatilha com elástico para poder sair pedalando após a T1. Voltei na Run&Fun, pequei elásticos e alfinete, voltei para a transição e arrumei a bike. 

Tomei um gel Gu para me dar gás durante a natação (1o. do dia).

Coloquei a roupa de neoprene (que por si só já é uma maratona - risos), peguei o óculos de natação e touca, e fui me aquecer na água. Ao entrar no oceano, aquele frio na barriga de sempre... Será que ia "travar" de novo? Nadei até um ponto que não dava mais pé, parei de nadar e fiquei apenas boiando / flutuando com a roupa. A sensação ruim passou e voltei nadando para a margem para a largada. 

A PROVA

Natação




As 8:45 estávamos posicionados para a largada de todos os atletas do olímpico, mulheres e homens de todas as idades. Acho isso ruim, porque as meninas ficam intimidadas com tantos marmanjos ao lado delas, e com medo de serem "atropeladas" na água. 

Dada a largada, aquele mundo de braços na água e pouca visão da bóia de marcação. A prova seria executada em 2 voltas em um percurso de 750 metros, em formato de triângulo. 

Precisaríamos passar por um pórtico na área da praia no final da primeira volta, ou seja, tinha uns metros de corrida também. 


O início da natação é sempre um pouco mais difícil, o corpo ainda não estava "quente", haviam muitas toucas azuis na água, e a sensação chata de nadar em um lugar que não se enxerga o fundo e a água não é tão "gostosa" quanto o de uma piscina... Mas comecei bem, sem ficar nervoso e braçadas constantes. 

Tinha um pouco de arrebentação sim, o mar puxava um pouco, mas nada que impedisse uma boa natação.

No final da primeira bóia, já estava "encaixado" e até me sentindo bem. Da primeira para a segunda bóia pegamos a maré de lado, mas não atrapalhou muito não. O que era incômodo era bater os braços (e ser batido) em outros nadadores. Tudo super normal. 

O trajeto da segunda bóia para o pórtico da praia foi mais sofrida, parecia que o cansaço havia chegado, mas não foi bem isso... Apenas o psicológico querendo acabar logo com isso. Saí da água com 15 minutos e 27 segundos, um ótimo tempo para os 750 metros. 

Na segunda volta toda, tudo bem tranquilo. Já não havia tantos atletas na mesma faixa de água e o corpo já estava acostumado ao esforço. Apenas entre a segunda bóia e o pórtico final senti um pouco mais cansado, mas sob controle. 

Sai da água com 33 minutos e 19 segundos, ou seja, a segunda volta foi pior que a primeira, mas mesmo assim muito boa. Trofeu de melhor 1km como recorde pessoal. Boa natação, mas preciso melhorar bastante na água.


Na saída da água haviam vários homens da organização retirando a roupa de borracha. Já estava com o zíper aberto, mangas para fora dos braços e eles puxaram a roupa pelas pernas. Roupa no chão, sai da água e fui para a Transição 1. A Mandi estava na areia da praia, perto do pórtico de medição de tempo. Também me lembro da Poly (esposa do Luiz) filmando a passagem do pessoal.

A roupa de neoprene (ótima roupa da Aquasphere, modelo Triathlon, uma das melhores aquisições minhas) me queimou um pouco atrás do pescoço, e agora tenho que explicar para a Mandi que esta "chupada" foi da prova :-)  Ainda bem que ela estava lá e viu...

A natação teve 1.900 metros de distância no Garmin 910xt, muito acima dos 1.500 que deveríamos nadar na prova. Tudo bem, mas é um erro que a ITU (organização que padroniza o Triathon) não aceitaria.

Transição 1 (T1)

A transição 1 é sempre a mais demorada. Primeiro porque precisamos sair do oceano, caminhar na areia, passar pela ducha e chegar nas bikes. Também precisamos tirar a roupa, colocar o capacete, óculos, deixar tudo da água (roupa, óculos) no chão e sair pedalando. 

Minha T1 foi razoável, fiz em algo próximo a 2 minutos (não tenho os detalhes porque esqueci de marcar minha saída de bike), mas foi tudo tranquilo. 

O Rafael da Run & Fun estava com minha bike e me ajudou a fazer a transição de forma tranquila. 

Ciclismo (Bike)

Peguei a bike, capacete e óculos, as sapatilhas já estavam nos pedais, e fui sair para pedalar. Coloquei os pés em movimento da bike, para economizar tempo, mas foi mais difícil fechar a sapatilha e encaixar os pés, então o tempo economizado não foi relevante.

Logo na saída da bike encontrei a Kami Sikora da Run & Fun pedalando. Ou seja, ela saiu muito próxima de mim da água. Eu estava mais forte que ela no início, e me distanciei um pouco e quase não conversamos.

No início da bike não chovia mais, mas as ruas estavam bem molhadas, e isso dava uma sensação bem ruim de possível acidente. 

O trajeto é bem razoável, poucos "cotovelos", mas o asfalto está muito ruim, especialmente na avenida do porto de Santos. Buracos, desnível, sujeira... Bom, era melhor ter ido de Montain Bike (risos). 

Todos alertavam (professores, equipe de som, coordenadores da prova, etc.) que precisávamos tomar cuidado com as curvas para evitar algum acidente. 

A primeira volta foi bem tranquila. Tomei um gel nos primeiros quilômetros (segundo do dia) e maltodextrina para "descer" o gel. Estava sem água na primeira volta, mas não fez falta.

Fiz alguns "pegas" com alguns ciclistas, hora eu passava eles, horas eles me passavam. Não podia pegar vácuo, e num destes pegas os fiscais me deram uma bronca que eu estava muito próximo do ciclista a frente. Diminui e peguei eles depois. 

Teve uma hora que estava seguindo um cara de macacão verde, e em uma curva me aproximei bastante dele. Ao chegar próximo, vi que ele usava uma bike sem sapatilha presa ao pedal. Putz, que vergonha, as pessoas sem sapatilhas tem menos tração de pedaladas, e isso queria dizer que ele mesmo sem um equipamento bom estava "me dando trabalho". Passei por ele e percebi que era outro ciclista que eu estava perseguindo, e este era apenas um retardatário... Ufa :-)

Voltamos para a avenida da praia, passei pela Run & Fun, recebi gritos de apoio, e abri a segunda volta. Na passagem, peguei uma garrafinha de água e bebi bastante, estava com cede.

Abri a segunda volta, e ao chegar na avenida do porto de Santos vi uma ambulância numa curva super fechada. Um ciclista havia caído e estava sendo removido para um hospital. Não entendo o pessoal, para ganhar segundos em uma prova de mais de 2 horas, se arriscam a fazer curva rápida (sem diminuir). 

Por falar em diminuir, não havia freio. As sapatas (borrachas) do freio não seguram nada a bike speed / TT, e ainda mais na chuva. Estava com sapatas de rodas de ferro, mas minhas rodas ZIPP são de carbono, molhado... Não tinha freio... Isso assustava.

Com mais ou menos 1 hora e 30 minutos de prova começou a chover forte. Bem forte, de atrapalhar a visão, mas os óculos ajudaram bastante. A sensação de uma possível queda aumentou, mas como a maior parte do trajeto é reto e basicamente tudo plano, continuei fazendo força sem diminuir. A chuva passou em 15 a 20 minutos.

Na segunda volta percebi algo engraçado. Eu passei grande parte dela sem passar ninguém e sem ser passado... Quase uma prova individual.

As ruas estavam fechadas, mas outras ficavam apenas interditadas provisoriamente, e muitas vezes escutávamos buzinas e xingamentos de pessoas em seus carros querendo passar.

Estava sem meu Garmin Edge preso na bike, não conseguia ver minha velocidade ou tempo. Foi bom, porque não fiquei preocupado em olhar o relógio e ruim porque não sabia se estava indo bem ou mal. Estava fazendo força, então não ia aditar olhar e ver que a velocidade não estava boa, porque fazer mais força ia ser difícil.

Durante a bike eu escorreguei a mão umas duas vezes. Um susto enorme, e vi alguns outros ciclistas comentando isso também. 



No final da bike eu tomei meu outro gel (terceiro), já me preparando para a corrida e agora joguei água "por cima" do gel. 

Cheguei na avenida da praia, final da bike, passei pela Run & Fun e recebi mais incentivos. Como é bom ter amigos.

Não tinha ideia do meu tempo, mas depois da prova percebi que minha bike foi excelente. Tive uma velocidade média de 34 km/h, algo assim assustador para qualquer sonho meu. Muito, mas muito, mas muito bom mesmo... Fiquei feliz da vida.

A distância no Garmin foi de 36 km, e oficialmente 40 km quilômetros percorridos. O Núbio (organizador do Troféu Brasil) precisa calibrar o GPS dele.


Os comentários entre os atletas depois da prova eram apenas que a bike tinha sido muito difícil pela chuva, pelas curvas, muitos tombos e o asfalto em péssimas condições. Poucos falavam da natação, nenhum comentário da corrida. A bike foi realmente o ponto de destaque (positivo ou negativo) da prova.

Durante o ciclismo não vi o Vergueiro passando, mas toda hora via a Kami e vi a Lu algumas vezes. A Lu estava sempre concentrada, falei um "Oi" para ela uma vez e acho que ela só percebeu que era eu quilômetros depois.


Transição 2 (T2)

De volta à área de transição, desci da bike, tirei a sapatilha e fui "correndo" com a bike + sapatilhas na mão. 

Normalmente a transição 2 é muito mais rápida, porque chegamos com a bike na "boca" da área, deixamos tudo (bike, capacete, óculos, sapatilha) no espaço reservado, colocamos o tênis e o número do peito e partimos para a corrida.

Esta transição foi de 1 minuto e 38 segundos, e teve 180 metros de distância. 

Corrida

Corrida... Ahhhh corrida... Que corrida... enfim chegou a hora da diversão. Tenho "formação atlética" em corrida (ou seja, comecei a brincar de esportista amador correndo), e é a modalidade do triathlon que mais me sinto confortável. 

Já fiz provas de corridas ruins, mas de qualquer forma, correr não me assusta. Não cai, não morre afogado, não fura pneu, não tem segredo. 

Sai para correr e me sentia bem. Estava muito bem... 

A corrida tinha um percurso de 5 km, deveríamos passar 2 vezes nos mesmos pontos e foi bom para ver algumas marcações de distância. 

Foi a primeira vez que consegui acompanhar meu pace no Garmin 910xt, porque eu fazia as provas de triathlon e na corrida eu só acompanhava o tempo total, mas nunca o pace da volta ou o pace médio. 

Ahhhh a corrida... esta é minha praia... Acho que o treinamento da maratona está me ajudando, ficando cada vez mais forte e consistente. 



Nos primeiros metros estava segundando um pouco, porque as pernas não respondem muito bem já que o movimento da bike e da corrida forçam músculos diferentes. Fui me soltando e fui ultrapassando algumas pessoas. É difícil entender se estamos bem ou mal na corrida porque como são 2 voltas podemos estar passando (ou sendo passados) por pessoas que já fizeram uma volta de 5km. 

Vi a Bia (triatleta super famosa) passando por mim voando, usando número vermelho (profissional) e com uma moto acompanhando ela. Vi algumas pessoas de número amarelo (elite) e poucos de azul na minha frente, mas naquela altura não sabia em que volta estavam. Não fazia diferença, estava correndo contra minha melhor marca, não contra eles.

De qualquer forma, a corrida estava indo bem e sentia a velocidade melhorando com o passar dos quilômetros percorridos. Tomava água sempre (depois do susto de sexta feira no treino de 34 k, vou tomar água sempre).

Na corrida vi o Vergueiro, Kami e Lu em todos os momentos e nos apoiávamos constantemente. O Luiz estava uns 10 minutos na minha frente e indo forte. 

Fechei os primeiros 5 km e senti no início da segunda volta um pouco de "dor de lado", aquela dor na altura do baço que normalmente aparece quando fazemos mais esforço do que nosso preparo aguenta. Fiz um pouco de respiração profunda, e a dor passou. UFA, ainda bem.

Segui em frente e fui apertando o passo. O tênis (sem meia) começou a machucar na lateral do pé, mas não ia parar para arrumar. Pisava em algumas poças de água, desviava de outras, já não chovia e o tempo estava bom. 

Faltavam 1 quilômetro comecei a forçar mais o ritmo, sentia que estava bem. Olhava no relógio e via que o pace médio estava ótimo, girando bem abaixo de 4:30 min/hm e imaginei que poderia ser minha melhor corrida de 10 km.

Ao chegar perto da linha de chegada os treinadores Fernando Sales e Rafael estavam no meio da rua e me cumprimentaram. Era o incentivo que precisava para correr mais. Fiz os últimos metros muito forte, vendo o pórtico de chegada logo em frente e a muita gente torcendo. Passei pela Medley, mandei um beijo para a Mandi, e segui para o final da corrida.

Ahhhhh corrida... eu amo correr...

Meu tempo? O melhor 10 km de minha vida. E olha que estes 10km foram depois de 1.500 metro de natação e de 40 km de ciclismo. Fiz o tempo de 43 minutos e 22 segundos. 

Tem como ser melhor? É pra fechar a prova com chave de outro.


Analisando posteriormente os dados da prova, cheguei a fazer pace de 4:18 mim/km no 5 quilômetro. Pace de 4:20 fechando o 9 quilômetro... O 10 fica prejudicado porque o garmin registou 9.97 km e não 10 km como o oficial da prova. 

Pace positivo, ou seja, a velocidade foi aumentado progressivamente do início para o fim da prova... Fantástico.

Fim da corrida, medalha no peito e sensação ótima de felicidade.


Medalha de recorde pessoal nos 10 km, 19 segundos melhor do que meu antigo melhor tempo. É para soltar foguete... Feliz da vida.


Considerações finais

A prova foi fantástica... Mesmo com chuva, mesmo com o mar um pouco mexido, mesmo com a pista toda esburacara de Santos e toda molhada, fiz uma excelente prova e meu tempo total foi fantástico: 2 horas 25 minutos e 8 segundos. 

16 minutos mais rápido do que minha prova anterior da modalidade olímpica. Muito bom...

Tinha uma meta pessoal de fazer um triathlon olímpico em menos de 2 horas e meia este ano, e consegui. 

Houve muitos acidentes de bike, uma menina se queimou com água viva no rosto da natação, um atleta mais experiente da Medley saiu da água direto para a ambulância passando mal, dor de lado na corrida, mas mesmo assim a prova foi fenomenal para mim.

A Kami pegou 2 lugar na categoria dela. A Lu continua monstra e ficou em 5 na categoria, que é muito difícil. A equipe da Run&Fun de revezamento também pegou podium.




A Carol Alonso da Medley ficou em segundo no Short feminino, outras 5 pessoas da Medley pegaram podium e a notícia ruim foi o Leandro (treinador da Medley) que teve o pneu furado e teve que abandonar a prova.




Muitos amigos lá, o clima ótimo de uma prova de alto nível, ótima companhia da Amanda e muita disposição.

Parabéns a todos que fizeram a prova, se divertiram e conseguiram (ou não) seus melhores tempos. 

Também tenho que agradecer aos treinadores / professores Cássio, Rafael e Fernando Sales pelo apoio durante os treinos e durante a prova. A confiança que eles passam nos deixam bem tranquilos para fazer o nosso melhor. Obrigado professores.

Que venha a Maratona de Chicago. 



Pre-Prova: Multi-Vitamínico, BCAA, Vitamina D e Gel GU (carboidrato)
Meio-Prova: Maltodextrina (bike), Isotônico (Gatorade) e Gel Gu (carboidrato)
Pós-Prova: Isotônico (Gatorade) e sanduiche 

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