quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Minha Paixão: Gadgets e Aparelhos Eletrônicos de Corrida

Este é um relato da minha paixão por equipamentos eletrônicos ligados ao esporte e também um pouco da minha história até chegar a decisão de fazer o Ironman.

Não tenho a menor dúvida que minha paixão por corrida (e outros esportes), a melhora do meu desempenho, minha evolução física, meu controle de peso e tudo que consegui tirar do esporte foi devido ao uso de meus relógios, gadgets, celulares, balança, etc. que comprei durante minha "vida atlética".

Só para ter uma idéia da importância destes medidores, durante muito tempo minha foto de capa do facebook foi relacionada a parar meu relógio  GPS caso eu desmaie, uma brincadeira mostrando quão importante é a medição de dados em meus treinos de natação, ciclismo e corrida.

Imagem de Capa do Facebook por muito tempo
O motivo é simples. Eu sempre odiei correr, nunca fui de fazer esportes na infância & adolescência e fugia de todas as aulas de educação física. Quando comecei a correr já com 38 anos, percebi que as coisas não seriam simples, não tinha preparo, resistência ou performance. Mas com a utilização de um relógio com GPS consegui perceber que minha evolução acontecia, de forma lenta, mas dava para medir a evolução utilizando mapas, dados de tempo, velocidade, etc.

Eu gosto muito de tecnologia, gráficos, linhas mostrando tendências, números e análise de valores comparativos... Ver meu progresso em um site, comparar os treinos antigos e treinos de amigos, salvar mapas de lugares por aonde eu corri me motivavam cada vez mais a treinar.

Para escrever este post fui resgatar meu primeiro treino de corrida que data de 18 de abril de 2012, no estacionamento da Ericsson (empresa aonde trabalhava e comecei a correr), treino esse com longos 3.42 quilômetros de distância percorridos em pace médio de 9:51 min/km. Hahahaha, isso mesmo, pace de 9:51 min/km no início da minha trajetória de corridas.


E depois disso fui melhorando, melhorando, melhorando... E só percebi a melhora quando olhava nos sites de análise de dados (Endomondo, Garmin Connect, Strava, Nike+, Runtastic, RunKeeper, etc.) e via que a cada treino eu conseguia me superar um pouco mais.

Um fato muito interessante. Eu comecei a correr (e odiava isso, mas eu precisava) porque eu adoro jogar basquete mas não tinha condicionamento físico para acompanhar a molecada que abusava do preparo físico nos jogos. Eles passavam a bola por baixo das minhas pernas, pelo lado e corriam pelo outro ou até mesmo só corriam em linha reta e eu não conseguia alcançá-los. Gostava de jogar, mas estava limitado pela minha capacidade física (e também pela baixa qualidade técnica - risos).

Eu jogava basquete de 2 a 3 vezes na semana (às segundas, terças e quintas) e curtia muito brincar com o pessoal do trabalho e com os amigos que fiz jogando. 

Visando ganhar condicionamento físico e assim ter um rendimento melhor no basquete, comprei uma bike (Mountain Bike Caloi T-Type 21) mas só conseguia andar com ela nos finais de semana, porque durante a semana não sabia aonde era seguro pedalar, não tinha tempo ou companhia para passeios. E a bike no final de semana andando na ciclofaixa (anda-para-anda-para-anda-para) não me dava condicionamento físico algum, era um hobby, mas não um treino físico.

Procurei alternativas e comecei a fazer aulas de squash, mas percebi depois de poucas aulas que o squash exigia muito mais preparo físico prévio que me dava condicionamento. O "segredo" do squash é se movimentar na quadra para rebater a bola, mas sempre voltar para o "T" (região central da quadra) para poder se posicionar para a próxima jogada. Este "vai bater na bola e voltar" era muito intenso e eu ficava sem fôlego em menos de 15 minutos de aula.

Então, ao ver o pessoal da empresa aonde eu trabalhava (Ericsson) correndo depois do trabalho no estacionamento da empresa, decidi me juntar a eles e ganhar condicionamento físico e fôlego para jogar basquete.

Na imagem abaixo dá para ver estes fatos armazenados como atividades no Endomondo. Alguns registros de prática de basquete às segundas e terças, bikes apenas aos domingo, squash alguns dias da semana. Esta imagem representa o mês de junho de 2012, mas eu comecei a correr em abril de 2012 (2 meses antes) já visando ganhar preparo físico.


Porque eu disse que é um fato interessante? Me apaixonei de tal forma pela corrida que  depois de algum tempo eu parei de jogar basquete às segundas-feiras porque ficava cansado na corrida e não conseguia jogar de forma decente o basquete mais tarde. Depois parei de jogar basquete às terças e quintas porque o impacto dos saltos no basquete fazia meu joelho doer e atrapalhava a corrida. 

Ou seja, eu comecei a correr para poder jogar basquete e a paixão pela corrida me afastou do basquete :-)

Mas, voltando aos gadgets, foi com a corrida que descobri que podia registar e usar redes sociais de esporte (Endomondo, por exemplo) para analisar minha performance e via que meus tempos estavam melhorando progressivamente. O Carlos Sampaio, meu companheiro de trabalho e grande guru de bike & gadgets, começou a me apresentar outras tecnologias, outras ferramentas de análise de treinos, sites de treinamento on-line, endereços de lojas de venda de produtos, etc., e eu ficava cada vez mais apaixonado por me exercitar e acompanhar o progresso.

Lembro que a primera vez que consegui correr 5km de forma contínua foi uma enorme felicidade, baixar do pace de 6:00 min/km quase mereceu uma festa com champagne e ao fazer os 10 km em menos de 50 minutos, me sentia o Usain Bolt. 

Para isso, precisava de uma maneira de registrar os dados. A primeira forma que consegui foi pelo telefone celular, utilizando aplicativos de esporte. Mas a metodologia da Run & Fun, minha assessoria de esportes até hoje, se baseava em frequência cardíaca para definir qual seria a velocidade / esforço que deveríamos fazer nos treinos, e eu não tinha como medir isso porque o telefone não proporciona esta leitura de batimentos cardíacos.

Comprei, então, uma fita frequencímetro da empresa Wahoo que sincronizava com o iPhone e agora eu podia fazer o acompanhamento da minha frequência cardíaca real-time e posteriormente analisar nos sites como estava indo. Mas, correr com o celular não era prático (ele ficava no bolso ou atrapalhando nas mãos), acabava com a bateria do celular com muita facilidade (e da fita também) e ainda era perigoso, pois o celular podia cair ou molhar.


Até que usei por algum tempo, mas não era muito prático. Vendi a fita do Wahoo para o Vilmar Duarte que trabalhava comigo na Ericsson.

Então começou minha saga e paixão eterna pela Garmin. Falei com amigos e descobri que a Garmin tinha relógios com GPS e ainda fita de frequência cardíaca. Ainda percebi era fácil de usar e prático, porque como era um relógio, ele ficava no meu pulso e não precisava ficar olhando no celular para saber qual era meu ritmo ou batimento cardíaco, bastava apenas olhar para o pulso e tudo estava lá.

Fui atrás de alguns modelos e fabricantes, e a Garmin se destacava junto com o relógio da Nike e Polar. Depois de outras pesquisas, vi que meus amigos usavam quase todos Garmin, e procurei um para comprar.


Depois de verificar em sites de vendas e com amigos, consegui comprar de um amigão (Bruno Maia) um Garmin 405 usado que se adequava bastante no meu orçamento e que, se eu desistisse de correr, poderia vendê-lo rapidamente.

O Garmin Forerunner 405 (também o modelo Forerunner 410 que tem poucas modificações comparado ao 405) é um excelente relógio, visor claro, informações precisas, cheio de funcionalidades e botõezinhos (homens adoram isso) e tinha um design muito esportivo. Um achado....

Durante muito tempo gostei mais do meu relógio do que do meu celular, do meu carro, minha TV, da minha geladeira... (risos). Mas, infelizmente, o Garmin 405 tem um pequeno problema: todo o menu dele é acessado pelo aro lateral (na miragem acima, a parte cinza do relógio), e este aro simplesmente para de funcionar quando molhado. 

Para quem me conhece sabe que eu transpiro muito, muito mesmo, uma chuva ambulante quando corro. O Garmin 405 simplesmente ficava doido, ou não funcionava nenhuma opção de menu, ou ficava com as funcionalidades mudando de tela em tela como se eu estivesse apertando as teclas de menu constantemente.

Bom, eu sabia disso antes de comprá-lo, mas nunca imaginei que teria problemas com ele. Basicamente não dava para trocar as telas do relógio e acompanhar todos os dados (pace médio, distância percorrida, virtual partner, zona de batimentos cardíacos, etc.). Dava para ver o básico, mas era limitado. A bateria dele também não era nada de excepcional, tinha que carregar toda semana, senão duas vezes na semana.

Eu já estava viciado em corrida e esportes (andar de bike já estava bem engatilhado, mesmo sendo apenas uma Mountain Bike) depois de 2 ou 3 meses, e eu "precisava" de uma solução para o relógio. Voltei as pesquisas, falei com amigos (o Carlos Sampaio até ajudou, mas ele não é um corredor e me orientava como podia) e resolvi fazer um upgrade para o Garmin Forerunner 610, até aquele momento o topo de linha da Garmin para corredores. 

Repassei meu Garmin Forerunner 405 para o Leandro Barion, que até hoje continua com ele (pena que não usa muito - risos). O Leandro teve uma parte da culpa do meu vício em esportes. Eu não o conhecia e um amigo nosso em comum (Rodrigo Rocha) disse para ele me apresentar ao pessoal da Run & Fun e do Clube da Corrida da Ericsson. Ele me levou ao local de treinos, me apresentou aos treinadores e depois disso corremos juntos algumas vezes. Então ele tem "alguma culpa" pela introdução à corrida assim como o Carlos Sampaio é culpado da minha paixão pela bike.


O Garmin 610 ainda é um relógio excelente para corredores e ciclistas. Leve, prático, bonito, com uma bateria melhor (mas ainda limitada) e poderia ser usado como relógio do dia a dia, por ser muito discreto. 

Até hoje, para quem está começando a correr e me pede sugestões, eu recomendo o Garmin 610 como o primeiro relógio a se comprar. O preço é relativamente baixo porque foi substituído pelo Garmin 620, atende todas as necessidades de iniciantes e corredores experientes, é resistente, tem touch screen muito bom e fornece todas as informações que precisamos.

Em uma história normal (para uma pessoa normal, que não é meu caso) um relógio tão completo assim deveria ser o suficiente para ficar com ele até hoje, correto? Bem, não é bem assim. Já tinha uma Caloi T-Type (minha mountain bike até hoje) e usava o Garmin 610 para acompanhar os dois esportes (corrida e ciclismo), mas ainda faltava alguma coisa.

Mas no início de janeiro (9 meses depois de começar a correr), mais ou menos no dia 5 ou 6 (não me lembro direito) tive a brilhante ideia de começar a nadar. Eu fazia muito exercícios para as pernas praticando corrida, bike, um pouco de squash e quase parando com o basquete, e não fazia nada para os braços que eram fracos (e ainda são até hoje). E o vício em esportes já era muito forte, não podia ficar parado. 

O que fazer? Vamos nadar.... Na época não pensava no triathlon, mesmo porque minha bike era uma MTB, sem performance, pesada e não tinha a menor noção do que é realmente pedalar uma bike de velocidade. Então eu iria correr durante a semana, pedalar na ciclovia nos domingos e nadar uma vez por semana para me "distrair" e ganhar força nos braços.

Iniciei a natação e percebi que era um saco ficar contando as "chegadas" na borda da piscina. Mesmo porque eu era um zero a esquerda da natação, precisa ficar me preocupando em não morrer afogado do que ficar contando quantas vezes eu nadei, calcular o tanto percorri baseado no tamanho da piscina x número de chegadas, etc. 

Voltei a pesquisar na internet e vi que a Garmin (ahhhhh Garmin... sempre vocês) tinha um relógio chamado Garmin Swim que, além de contar o número de chegadas, contava o número de braçadas, identificava o tipo de nado (crawl, costas, peito e borboleta), criava uma métrica de esforço de natação, entre outros indicadores. Para um viciado em números e dados, era o prato cheio para complementar os dados no Endomondo / Runkeeper / Garmin Connect / Strava (já tinha uma conta no Strava sob influência do Carlos Sampaio).

Comprei o Garmin Swim imediatamente... Paguei caro porque comprei no Brasil, já que era a maneira mais rápida de receber o relógio... Vício!!! Vício mesmo... Se eu estivesse usando drogas, não gastaria tanto dinheiro assim :-)

Ai volta a figura do Carlos Sampaio na história de novo. O Carlão é um especialista e viciado em bikes, muito mais do que eu... Atualmente ele tem 3 ou 4 bicicletas, todas  top de linha, não sei quantos jogos de rodas, rolos de treinos, gadgets, softwares de treinamento e acompanhamento de performance... Ele é um NERD e esportista (ciclista e escalador) e eu tive o "azar" de sentar ao lado dele no trabalho. Conversa vai, conversa vem, ele me ajudou a entender muito sobre o que é o ciclismo (ainda estou aprendendo, mas foram os primeiros passos) e me ajudou a escolher a primeira bike, a minha Caloi Strada 2010 que tenho até hoje.

Ele me falava das diferenças entre bike speed, time trail (TT), aero, montanha... falava das diferenças das especialidades de ciclistas de estrada como passitas, escaladores, sprinters, etc. e eu não entendia absolutamente nada, mas prestava atenção em tudo. 

Enfim, ele me deu a dica de começar com uma bike speed / road simples para mais a frente pensar em algo de velocidade (TT), também deu a dica de onde achar bikes baratas e comprei a Caloi Strada (diga-se de passagem, igual a dele) em fevereiro 2013, 10 meses depois do início na prática esportiva.

O que isso tem a ver com os gadgets? Ahhhhhhhh o Carlão me falou dos dispositivos que os ciclistas usam para acompanhar a velocidade, cadência de pedaladas, total de ascenção, potência do treino e outros itens de medição que não existiam na corrida. Eu parava e pensava se aquilo tudo era necessário, mas vi que a maioria dos ciclistas usavam um dispositivo assim para coletar estas métricas.

Ai, veio o a compra do Garmin Edge 500, meu novo brinquedinho da época para suprir a uma pequena lacuna que o Garmin 610 não possuía, mas era possível viver sem.


O Garmin Edge 500 me proporcionou o posicionamento do equipamento no guidão da bike, passeios e treinos de longa duração (mais de 5 horas de pedal), display configurável com vários indicadores, entre outras funcionalidades. Tá, assumo, no fundo, não precisava do Edge, era mais uma vontade do que uma necessidade.

Com a aquisição da Caloi Strada, início da natação, compra do Garmin Swin e do Garmin Edge, os planos de migrar para o triathlon já passavam pela cabeça... E com o novo brinquedinho (Edge 500) a paixão por mais informações / dados aumentou, porque como comentei a pouco, a possibilidade de colher mais dados específicos do ciclismo é muito maior e tinha muito mais o que aprender e melhorar.

Entrava em cena análise de potência de pedaladas (no meu caso potência estimada, porque não comprei um medidor de potência pelo elevado custo), comparação de inclinação de subidas, cadência de giros de pedal e outros itens que não são muito utilizados ou fazem sentido para corridas, mas vitais para ciclistas. Estava acostumado apenas acompanhar velocidade / pace e tempo total na corrida, isso tudo era um conjunto infindável de coisas que poderia explorar.

Para o ciclismo, a velocidade final/média é importante, mas como os trechos percorridos são normalmente mais longos e a inclinação, vento, esforço, cadência e outros fatores influenciam diretamente na sua performance, outros aspectos precisavam ser considerados para ter feito "um bom pedal". 

Junto com o Garmin Edge 500 veio a necessidade de comprar um Garmin Cadence Sensor (GCS-10), que é normalmente colocado no quadro da bike próximo ao pedal esquerdo. Quando o pedal passa pelo sensor, ele registra um ciclo de pedalada. Junto com este sensor é colocado um componente (ímã) no raia da roda que, ao girar uma volta completa, ele marca a distância percorrida pela roda e consequentemente a distância percorrida pela bike.


Ai já não tinha mais retorno... Estava com um relógio para correr (Garmin Forerunner 610),  um outro relógio um para nadar (Garmin Swim) e um dispositivo para afixar na bike (Garmin Edge 500 com o GSC-10), e sentia que estava munido de todos os tipos de dados que eu precisava. Os treinos começavam a ficar mais frequentes, a performance ficava melhor, e só me arrependia de ter começado a fazer isso tão tarde, com 38 anos.

Começava a baixar meus tempos em corridas de curtas distâncias (10 km), treinava já 3 ou 4 vezes na semana, estava apaixonado pelo novo "Daniel" que estava nascendo.

Meu amigo Marcos Ueta (trabalhava comigo na Ericsson) me apresentou o pessoal de triathlon da Run & Fun e começei a pedalar nas madrugadas de terça e quinta e também aos sábados pela manhã na USP.

Um parênteses na história dos gadgets, o Ueta teve também uma passagem marcante na minha vida esportiva. Foi ele quem deu diversas dicas sobre o que é ser triathleta, o que precisava ter (roupas de natação, óculos, tênis, suplementos, acessórios, checklist do que levar para provas, etc.) e principalmente ele me falou uma das maiores verdades do triathlon: "Você nunca vai parar de gastar.... Quando comprar uma bike, vai querer trocar ou comprar outra melhor.... Quando tiver uma bike boa, vai querer trocar o banco/selim, colocar rodas de carbono ou de perfil alto, adicionar um porta caraminhola aero com suporte de CO2, trocar alguma peça por uma mais leve ou aerodinâmica.... vai querer um tênis mais resistente ou com mais amortecimento... vai ter uma ou duas roupas de neoprene, óculos diversos e outros acessórios de natação... Você não vai mais querer o básico, vai gastar para sempre...". Sábias palavras do Ueta, tudo que ele falou se realizou...

Pena que o Ueta parou de treinar com nós, devido aos filhos que consomem muito do tempo dele... Ele tinha/tem uma ótima corrida, pedalava forte e se virava bem na água.... Espero que ele volte logo, será bom treinar ao lado dele.

O que aconteceu com esta transição para o triathlon? Eu precisava de um relógio multi-esporte para as provas das três modalidades, porque os três equipamentos que eu tinha não se adequavam para fazer uma competição. O problema (o limitante, o fator de decisão, o gargalo) mesmo era o Garmin Swim que não funciona em águas abertas por não ter GPS interno, apenas entende que você nada em linha reta (uma piscina) e ele sabe que você fez uma "chegada" pela inversão da direção que você nadava. Isso não funciona para nadar em represas ou no oceano.

De forma geral, o Garmin Swim tem apenas uma funcionalidade que não existe no Garmin 910xt, que é o acompanhamento chamado Drill Log Mode. Esta funcionalidade possibilita você fazer um detalhamento específico do tipo de "sprint" de um determinado tipo de natação. Não entendo bem o que isso quer dizer, nunca usei esta funcionalidade.

Mas já era tarde, um novo brinquedinho foi comprado, chegou a vez do Garmin Forerunner 910xt fazer parte da minha vida esportiva.


O Garmin Forerunner 910xt é completo, atende todas as necessidades de um triathleta, de um corredor, de um ciclista, de um nadador de piscina ou de águas abertas. Acompanha a coleta e apresentação de dados/indicadores das corridas, tem quase todas as funcionalidades que o Garmin Swim possui para a piscina e é extensível a nadar em oceano, rios ou lagos, e é equivalente ao Garmin Edge 500 no monitoramento da pedaladas. Ele só não funciona como relógio de uso diário, porque é grande e não foi planejado para funcionar fora de um ambiente de exercícios.

Então, se o Garmin 910xt era o suficiente, porque manter todos os outros dispositivos? 

Bom, precisar mesmo não precisava. O Edge é muito mais prático porque ele fica preso ao guidão da bike e é mais fácil de ver dados como velocidade, tempo, cadência, etc., mas existe um "mount clip" que dá para prender o Garmin 910xt na bike ou no pulso. O Garmin 610 é um relógio do dia-a-dia, bonito e prático, mas nada que fosse necessário. O Garmin Swim tinha poucas funcionalidades a mais do que o 910xt, que também eu não utilizava.

Então, não precisava de comprá-lo.

E, pensando com calma, o Garmin Forerunner 910xt que tive foi pouquíssimo utilizado, e na grande maioria das vezes, era apenas um relógio "reserva" dos três que eu tinha. Era usado como coringa ou em provas, o único fator mandatório para tê-lo. Ele era tão pouco utilizado que o vendi há 2 semanas atrás sem nunca utilizar a fita frequencímetro que veio junto, com quase 2 anos que eu o comprei.

Fim de história, né? Tinha um relógio para cada modalidade de esporte e ainda possuía um "reserva" multi-esporte para provas, e não precisava mais de nada.... Ai veio a "profecia do Ueta" aplicado para as inovações, as despesas com equipamentos nunca vão parar... A Garmin lançou o Forerunner 620, uma evolução do Forerunner 610.


O Garmin 620 trouxe algumas inovações tecnológicas bem interessantes. Ele tem uma fita frequencímetro com acelerômetro (sensor de movimento) e com isso ele pode medir a variação de altura e deslocamento do seu peito. Esta variação indica quanto tempo você está passando "no ar" durante a passada da corrida e também o tempo de contato com o solo. Estes dados podem indicar que você está saltando muito durante a corrida ou se sua passada está muito curta.

Também tem um acelerômetro dentro do relógio, e com este sensor o relógio pode ser utilizado em ambientes fechados e ao invés de usar o GPS para calcular o deslocamento / velocidade / cadência de passos, ele usa este acelerômetro como um pedômetro, equipamento anteriormente vendido separadamente para a linha de corredores da Garmin (610, 410, 405, 200, etc.). Esta funcionalidade é ótima para quem corre em esteira, lugares sem cobertura de GPS ou embaixo de marquises (como a do Ibirapuera, por exemplo). 

Este acelerômetro é utilizado para contar o número de passos durante uma corrida, indicador importante para desempenho de corredores.


Outra inovação tecnológica foi a conectividade via wifi e bluetooth. Ao invés de ter que conectar um Stick USB (um pendrive) no computador ou um cabo de carregamento para transferir os dados, basta apertar um botão no relógio ou deixar o bluetooth ativo que ele transfere os dados para o Garmin Connect e outros sites sincronizados. Isso é um saco para quem sincroniza 3 ou 4 vezes durante a semana, sem contar que não é em todo lugar que você tem seu Stick USB disponível

Ainda trouxe outras inovações como display colorido, melhor bateria, predição de VO2, proposição de tempo de descanso, apresentação de recordes pessoais, etc. que não são vitais, mas dão um "tcham" a mais no relógio. Eu usava ele como relógio do dia a dia, bonito e esportivo, com cores preta e um toque azul.

Vendi meu Garmin 610 para meu amigo Waldemar Hamburgo, que fez a maratona de Chicago comigo. Acho que o relógio ainda está com ele, mas ele estava pensando em trocar por um Forerunner 220 o mesmo para um Forerunner 620 como o que comprei.

Já tinha tudo que precisava para o Ironman... Os treinos estavam fortes, tinha feito algumas provas de distância short, olímpico e longo com o apoio do meu Garmin 910xt e até mesmo uma maratona com todos meus brinquedinhos. Eu era feliz (risos).

Uma única preocupação, a bateria do 910xt tem uma média de duração de 12 a 15 horas (oficialmente 20 horas), então teria que terminar o Ironman antes da bateria acabar, senão meus dados iriam ficar incompletos - risos.

Agora sim, não precisava mais nada, né? Não.... Precisava sim... Minha amada e odiada Garmin (amada por ser uma ótima fabricante e odiada por me fazer gastar muito dinheiro)  lançou uma pulseira para acompanhamento de atividades diárias chamada Garmin Vivofit (olha ai a profecia do Ueta). 

Essa pulseira mede o número de passos de um dia, tempo de inatividade, calorias gastas, etc. Eu realmente não precisava de nada disso, mas como o treinamento do Ironman estava começando a ficar intenso e dormir é parte importante do treinamento (sim, dormir é treinar - ou melhor, recuperar é treinar) o Garmin Vivofit consegue medir a quantidade de sono diária e também a qualidade do sono baseado na quantidade de movimentos que você faz durante o sono. 


Teoricamente, um sono com pouco movimento é um sono mais profundo e te dá uma melhor recuperação muscular. 

A nova configuração dos dispositivos ficou assim:


Com o Vivofit veio outros dados e comparações. Como ele monitora os passos, existe uma classificação de quais são as pessoas que mais caminham durante o dia / semana / mês. Não fico caminhando para "ganhar" passos e competir, mas é legal comparar o meu nível de atividades com outros amigos e pessoas pelo mundo.


Que complexo.... Um relógio para corrida, um para natação em piscinas (locais fechados), um relógio para a bike e uma pulseira de utilização diária para controle de passos e de sono.

Meu lado nerd estava feliz... completo... satisfeito... Tinha um relógio "reserva" e para provas, tinha dados de todos os lados, estava registrando treinos todos os dias, fazendo análise de cada treino ou esforço físico que eu fizesse.

Não precisava de mais nada, né? Bom, chama ai o Ueta mais uma vez.... A minha amada e odiada Garmin, para ganhar mais dinheiro e acabar com minha tranquilidade, lançou o Garmin Forerunner 920xt, sucessor imediato do Garmin 910xt. Lá vai o Daniel Abib ficar sem dormir até conseguir comprar um.


O Garmin Forerunner 920xt é um mix do Garmin Forerunner 620 (com todas suas inovações tecnológicas) com o Garmin Forerunner 910xt (com suas funcionalidades multi-esporte) e também do Garmin Vivofit. As funcionalidades de controle de oscilação vertical,  tempo de contato em solo, conectividade wifi e bluetooth, predição de tempo de corrida, natação em piscina e em águas abertas, controle de passos e sono, conectividade com sensores de bike e cadência.... tudo está presente no Garmin 920tx sem nenhuma excessão. Nada, absolutamente nada, está faltando neste novo relógio da Garmin. 

Uma grande vantagem, o Garmin 920xt tem bateria de 40 horas contínuas com utilização do GPS. Isso vai me dar uma autonomia em treinos bem considerável. Esta foi, sem dúvida, uma das maiores razões que me levaram a trocar de relógio e unificar todos os outros.

Não tive dúvidas, vendi meu Garmin Forerunner 620 para a esposa do Carlos Sampaio, e tenho relatos que o relógio está sendo bem utilizado para uma iniciante na corrida. 

Também vendi meu Garmin Furerunner 910xt para uma menina chamada Elizabeth que começou a treinar ciclismo na Run & Fun há poucos dias (ela já corria e migrou para a bike também).

Hoje minha configuração atual de dispositivos / gadgets é a seguinte:

(OBS: Ainda não vendi o Garmin Swim, mas por questão de tempo).

Estou pensando na possibilidade de me desfazer do Garmin Edge 500 e talvez do Garmin Vivofit, mas ainda não decidi.

O Garmin Edge 500 é muito prático quando colocado no guidão da bike, fica fácil de ver os dados e interagir com os botões. Tem uma bateria muito boa e nunca consegui chegar a 50% da carga dele. Como o Garmin 920xt fica no braço, não dá para olhar imediatamente no display e ver dados da pedalada e também para se apertar um botão é necessário tirar a mão do guidão e atravessa-lo inteiro até o outro pulso. Mas é possível me desfazer dele sim em um futuro breve se me adaptar.

Já o Garmin Vivofit é uma pulseira pequena, discreta, leve e não incomoda à noite. Dormir com o Garmin 920xt para acompanhar o sono não é algo prático ou confortável. Também tenho receio de ficar usando o 920xt no dia-a-dia e correr riscos de perde-lo, ter riscos, sofrer assalto, etc. 

No fundo, manter apenas Garmin Forerunner 920xt seria o ideal e atenderia todos as minhas necessidades, mas não é prático. Ficar com os 3 pode ser a melhor configuração.


Minha grande alegria é que o ciclo de desenvolvimento da Garmin é de aproximadamente 2 a 3 anos, o que quer dizer que o Garmin 920xt será meu xodó por no mínimo 2 anos. :-)

Além dos dispositivos da Garmin, faço utilização de outros equipamentos eletrônicos. 

1) Uso o iPhone com dois propósitos:
  • Aplicativo GymHero: Este aplicativo foi criado para ajudar na execução de exercícios em academia. Mostra a lista de máquinas ou exercícios que você tem que fazer, a quantidade de repetição e o peso de cada aparelho (sempre me esqueço qual foi a carga de peso que coloquei da última vez).


  • Aplicativo MyFitnessPal: Este aplicativo faz um log de todas as suas refeições, contando as calorias consumidas, gordura, vitaminas, etc. e gera um relatório de consumo x gasto de energia baseado em uma meta de perda de peso. Ele é ligado ao Garmin Connect que transfere os dados de exercícios físicos, e com este input ele sabe se podemos comer mais ou menos.




2) Balança Withings - Outro gadget que tenho (a adoro muito) é uma balança da empresa Withings. Para explicar a compra desta balança, preciso voltar a Agosto de 2012, 4 meses depois de começar a correr. Naquela época estava muito empolgado, via minha performance melhorando mesmo com pouco tempo de treinos, mas estava muito atrás do pessoal que corria ha mais tempo na Ericsson.

Um dia, correndo com o treinador da Run & Fun Marquinhos (Marcos Tadeu), ele comentou sobre o impacto do peso na corrida, e disse uma frase que me marcou: "Você só vai conseguir correr muito bem se emagrecer. O peso interfere diretamente na sua performance". Sim, simples e direto, o Marquinhos apontou o dedo para um fato que é notório, corredores são magros porque gastam energia, mas também porque controlam o que ingerem. E eu tinha uma bela barriguinha na época.

Hahahahaha, disse a ele no mesmo momento que ele tinha acabado com minha felicidade, porque ao saber disso, iria me policiar, mudar minha dieta, trocar tipos de comida para poder correr melhor. Fui até em 3 nutricionistas para montar um plano de alimentação, mas nenhuma delas me convenceu do controle programático do que comer.

Enfim, se eu precisava controlar o peso para melhorar a minha performance, fui atrás de brinquedinhos eletrônicos que ajudam. Descobri via meu amigo Bruno Maia (o mesmo que me vendeu o Garmin Forerunner 405) que existe uma balança que possui conexão wifi e sincroniza com vários sites de esportes, e lá foi o Daniel Abib gastar mais dinheiro.



Além da frescura tecnológica de ter uma conexão wifi e gerar os dados históricos em um site, a balança tem uma funcionalidade muito legal. Ela é dividida em 4 setores, e ao pisar com o pé direito e esquerdo na balança, ela lança um impulso elétrico em um dos pés e mede o tempo que este impulso chega no outro pé (nos setores do lado oposto). Com estes dados dá para calcular, aproximadamente baseado em pesquisas, qual o percentual de massa gorda que temos no corpo.

Este método é chamado de bioimpedância bi-polar, porque mede a propagação do impulso em apenas dois polos (2 pés). Existem balanças quadri-polar, que mede o impulso do pé até as mãos, e mede o tempo dos impulsos elétricos entre os dois pés e duas mãos.

Como podemos colocar também a nossa altura, ele calcula o índice de massa corporal (IMC) e também apresenta a evolução deste valor.


Estes dados são automaticamente sincronizados com outros sites como o Endomondo, Garmin Connect, Runkeeper, etc. e podemos gerar dados de esforço x peso, ou seja, quantidade de calorias gastas nos exercícios vs perda ou ganho de peso.


A balança eu agradeço a Viviane Klein, amiga que em uma viagem aos EUA trouxe este trambolho (é um pacote bem grande) para mim.

Pronto.... Acho que acabei de explicar como os dispositivos eletrônicos me ajudaram ou me acompanharam no minha paixão pelo esporte e em busca de saúde.

E ai, o que comprar agora? Tenho poucas coisas no meu wish list:


  • Atualizar o Garmin Edge 500 para o modelo 510, apenas para ficar livre do cabo USB que é necessário para sincronizar os dados para o internet. Não preciso de atualizar para os modelos 800 / 810 ou 1000, que é muita tecnologia (e dinheiro) a mais do que eu posso usar.
  • Comprar um dispositivo que analisa o grau de lactato dos músculos chamado BSX Insight -Multisport ( https://store.bsxinsight.com/multisport ). Ele mede (sei lá como) o valor de lactato sem fazer coleta de sangue, e pode ajudar nas análises de treinamentos e desgaste muscular.

Tá bom, fim do longo relato da minha história com tecnologias & esportes.

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